À saída do encontro com um assessor de José Sócrates, o presidente do Sindicato da Industria Química, Farmacêutica e Petrolífera do Centro, Sul e Ilhas (SINQUIFA), Delfim Mendes, afirmou que os trabalhadores pediram ao governo para «tomar medidas no sentido de conduzir a administração [Da Valorsul] de volta à negociação».
O dirigente sindical considera que «o Governo, ao enviar a PSP para os locais paralisados pela greve, chamou a si a responsabilidade no processo» e que poderia por isso actuar como um «elo de ligação entre trabalhadores e empregados».
Delfim Mendes justificou uma eventual intervenção governamental com o facto de a Valorsul ser «uma empresa de capitais públicos».
Da reunião com o assessor do primeiro-ministro para as questões sociais e laborais, Artur Penedos, terá apenas resultado a promessa de que os pedidos seriam transmitidos ao primeiro-ministro, não tendo, de acordo com o sindicalista, sido «colocada a questão da mediação do governo» em eventuais negociações entre grevistas e patrões.
CGTP condena intervenção da polícia
O secretário-geral da CGTP-IN condenou a intervenção da polícia no aterro de Mato da Cruz, considerando que cabe ao Governo apoiar uma solução para o conflito laboral na Valorsul através da negociação entre as partes.
«O Governo tem que respeitar as posições das partes e dizer-lhes que têm de se sentar à mesa», declarou Manuel Carvalho da Silva à agência Lusa, em Coimbra.
A CGTP «repudia esta violação da lei da greve e a repressão dos trabalhadores», disse Carvalho da Silva, saudando os grevistas «pela sua resistência».
«A posição da administração da Valorsul é de não negociar. Quer que os sindicatos aceitem as suas imposições», lamentou.
Admitindo que «esta greve está a provocar elevados prejuízos ao país», o líder sindical responsabilizou a administração da empresa pela situação, exortando ainda as entidades que integram a Valorsul - Ministério do Ambiente, Águas de Portugal e câmaras de Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira - a pronunciarem-se publicamente sobre os acontecimentos.
Estas entidades, disse, «não podem assistir a isto impunemente e o Governo, que tem responsabilidades acrescidas, tem que respeitar as posições das partes e não desarmar o conflito», mantendo a polícia no local onde hoje se envolveu em incidentes com os trabalhadores.
«Os membros do piquete foram empurrados, arrastados e esmurrados», disse à Lusa o sindicalista Delfim Mendes, classificando a acção da polícia como «ilegal e desproporcionada».
Delfim Mendes disse que, em face da confusão e depois de uma conversa entre elementos do sindicato e os encarregados da Valorsul, chegou-se há conclusão que não havia condições para que o lixo fosse descarregado e os camiões voltaram para trás cerca das 04:00.
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