Costuma-se dizer que a Taça de Portugal é o momento alto de qualquer temporada, pelo que a festa à volta do evento assim o comprova.

Ora, se o momento já oferece por si só um ambiente de celebração, quando se adiciona à receita um FC Porto-Sporting «quentinho», estão reunidas todas as condições para um espetáculo fora do comum. Ao Jamor chegam milhares de adeptos, vindos dos quatro cantos do mundo e com histórias particulares para serem contadas.

Este ano não foi exceção e o Maisfutebol esteve no palco do encontro (e nas imediações), onde acabou por encontrar os atuais campeões da Europa e do Mundo de andebol em cadeira de rodas. Equipados a rigor, os atletas mostraram boa disposição e apesar de cumprirem na assiduidade dentro das quatro linhas, confessaram o porquê de não terem estado presentes na segunda de três conquistas consecutivas do FC Porto, na «prova rainha» do futebol português. 

«Costumamos ver os jogos do FC Porto sempre que podemos, no ano passado não conseguimos estar presentes porque nessa altura estávamos a disputar uma final do campeonato nacional de andebol em cadeira de rodas. Das últimas vezes que viemos temos tido sempre motivos para sorrir. Queríamos ter saído mais cedo do Porto, mas ainda assim conseguimos chegar a tempo do encontro», explicou Pedro Marques, atleta da Associação Portuguesa de Deficientes do Porto.

PS: como prometido aos próprios, destacar que a revalidação do mundial na modalidade pode acontecer já no próximo mês de setembro, quando a comitiva lusa se deslocar até ao Egito para tentar vencer a competição.

No outro lado do campo, estiveram os adeptos do Sporting, que aproveitaram o bom tempo para tratarem dos habituais churrascos, acompanhados de uma cervejinha e os mais audazes foram a banhos, quando já falta pouco para a abertura oficial da época balnear. 

Em dia de Taça, é costume os adeptos vestirem a camisola do respetivo clube, mas um grupo de 25 jovens criou uma nova tendência. Após terem criado a versão outono/inverno, quiseram trazer para o Jamor um modelo mais fresco, mas com o mesmo toque que os distingue dos demais. É que cada camisola trazia nas costas o nome de um dos jogadores que compõem o plantel do Sporting e nem o técnico Ruben Amorim conseguiu fugir à moda. 

«Já tínhamos feito uma camisola de inverno e queríamos fazer alguma coisa característica para o Jamor, agarrámos no logotipo que criámos para o nosso grupo e cada um tem o nome de um dos jogadores do plantel nas costas da camisola», explica-nos Francisca.

E como no futebol há espaço para tudo, desde momentos sérios como momentos mais divertidos (palavras de quem andou ou anda lá dentro), o humor também marcou presença e nem aí a rivalidade foi posta de lado. Diogo Batáguas, adepto do FC Porto, deslocou-se até ao Jamor acompanhado pelo irmão e fez questão de frisar que não existe competitividade, sobretudo «quando um clube está claramente num patamar distinto».

Com resposta pronta, Daniel alertou para a conquista recente do campeonato nacional e ficámos também a saber que à mesa da família Batáguas, o desporto rei é encarado com a maior das descontrações.

Mais uma vez, a Taça de Portugal mostrou ser mais do que apenas um jogo, que apaixona os adeptos e move multidões, mas no final do dia, são apenas 90 minutos, sem prolongamento, que passam ao lado perante um ambiente festivo que promove o «fair play» e permite que os adversários coloquem os clubes de lado por um bem maior, muito maior.