O jogo foi mais perto do Palácio do Queluz do que do Palácio da Pena, mas o leitor pode visitar ambos que Sérgio Oliveira arrombou ambos. O médio fez dois golos e uma assistência no duelo com o Sintrense, e é justo dizer que o primeiro tento foi também um monumento à sua imagem.

Com uma postura adequada ao contexto da terceira eliminatória da Taça de Portugal, o FC Porto fez o que lhe competia e goleou a equipa do Campeonato de Portugal, na antecâmara do importante duelo com o Milan, para a Liga dos Campeões.

Organizado defensivamente com duas linhas de cinco jogadores, o Sintrense conseguiu sobreviver aos primeiros minutos de jogo, mas aos poucos o FC Porto foi encontrando espaços para criar perigo, muito graças à superioridade que conseguia criar no corredor central. O tridente Otávio-Bruno Costa-Sérgio Oliveira complicou a tarefa a Danilson Tavares e Flávio, o filho de Hélder Cristóvão, antigo internacional português.

Ainda assim o FC Porto começou a vincar a diferença sobretudo pela sagacidade com que aproveitou os erros do humilde opositor. A prova disso é que o primeiro lance de perigo resultou de uma bola perdida pelo Sintrense, que Francisco Conceição não conseguiu aproveitar (15m).

Mas sagacidade é o nome do meio de Sérgio Oliveira, que logo tratou de traçar o caminho para a goleada portista. O médio arrombou a porta do palácio com um remate potente de fora da área, a inaugurar o marcador no minuto seguinte (16m).

O efeito da bola tramou Diogo Garrido, guarda-redes do Sintrense, que ao minuto 27 também não conseguiu segurar um remate de Francisco Conceição, largando a recarga para o «bis» de Sérgio Oliveira, num lance que também nasceu de uma perda de bola do Sintrense em zona recuada.

Focado como se fosse a Liga dos Campeões, Sérgio Oliveira não ficou por aí: já na segunda parte ainda fez a assistência para o 3-0, apontado Evanilson ao minuto 55.

O médio saiu depois, a par de Otávio e Wendell, pois já estava na hora de começar a pensar no Milan, e Evanilson rentabilizou o tempo de jogo para aumentar o protagonismo. O avançado brasileiro tirou proveito de um momento de sonolência da defesa sintrense e bisou também, ao minuto 69.

Com a equipa visitada de braços caídos, perante o avolumar o resultado, o FC Porto ainda conseguiu chegar à mão cheia de golos, com Toni Martínez a fechar as contas do jogo, ao minuto 76.

O jogo acabou com o Sintrense a pedir um penálti que seria prémio de consolação, mas a verdade é que o FC Porto, mesmo sem acelerar demasiado, foi claramente competente.