O primeiro-ministro, José Sócrates, reiterou este sábado que não há qualquer alternativa à ratificação do Tratado de Lisboa para o futuro da Europa, mas salientou que Portugal exigirá que os Estados-membros, incluindo a Irlanda, continuem «a voar juntos», noticia a Lusa.

As palavras de José Sócrates foram proferidas na reunião dos presidentes dos parlamentos nacionais da União Europeia, na Assembleia da República, na qual também discursou o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

Já no período de resposta a questões colocadas por alguns dos presidentes dos parlamentos nacionais da UE, José Sócrates recusou a ideia de deixar o Governo de Dublin para trás, depois da vitória do «não» na Irlanda no referendo sobre o Tratado de Lisboa.

«Temos de voar em conjunto, porque a UE precisa de todos. Não queremos deixar ninguém para trás», salientou o chefe do Governo português. Segundo a perspectiva de José Sócrates, «nada melhor para o espírito de união entre todos os Estados-membros do que cada um não se resignar à ideia de que 26 Estados-membros podem avançar» no processo de ratificação do Tratado de Lisboa da UE.

«Para nós [Portugal], 26 é igual a zero. Só 27 ratificações nos interessam», frisou, antes de equiparar o futuro ideal da UE «a muitas abelhas num só voo». «A Europa quer voar mas em conjunto. A UE não quer deixar ninguém para trás», disse Sócrates, num discurso em que, além da «posição de respeito pelo voto irlandês», também fez uma defesa cerrada do Tratado de Lisboa.

Na perspectiva do primeiro-ministro, o consenso alcançado durante a presidência portuguesa em torno no novo Tratado da UE «não pode ser deitado fora». «Não há qualquer alternativa ao Tratado de Lisboa. Ou melhor, a alternativa é a UE ficar parada e a Europa não pode fazer isso», sustentou, antes de deixar uma advertência.