Os trabalhadores da Valorsul decidiram esta terça-feira em plenário suspender a greve em que se encontram desde há uma semana, devido à disponibilidade para negociar evidenciada pela administração, escreve a Lusa.

A suspensão entra em vigor às 00:00 horas de quarta-feira e de acordo com José Pereira, membro do Sindicato da Indústria Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás do Centro, Sul e Ilhas, a administração vai reunir-se com os trabalhadores já na quarta-feira às 15:00 horas.

No plenário foi também decidido que a greve seria reatada caso não seja possível obter um acordo num prazo de 15 dias, afirmou o mesmo sindicalista.

Por último, os grevistas aprovaram também uma moção a repudiar a intervenção das forças policiais no aterro da Mata da Cruz e na central de incineração de S. João da Talha, e agradecer a solidariedade dos motoristas dos camiões camarários de recolha de lixo.

Em declarações aos jornalistas, o presidente do Conselho de Administração da Valorsul, António Branco, congratulou-se com a decisão, afirmando que «os trabalhadores, a empresa e a população saiem a ganhar» com o fim da greve.

António Branco diz esperar agora uma negociação «frutífera» que «obtenha resultados para ambas as partes», salientando que acredita na resolução do conflito devido «à boa fé de ambas as partes».

«Vamos para a negociação sem agenda e tabus», afirmou o presidente do Conselho de Administração da Valorsul, que garantiu que a empresa não quer «tirar direitos», mas antes «racionalizar custos laborais».

O responsável lembrou, porém, que a «suspensão da greve não existe juridicamente», tendo-se referido sempre ao «cancelamento da mesma».

António Branco estabeleceu o impacto da greve em «largas centenas de milhares de euros» e, quanto à discrepância dos valores salariais médios apontados pelo sindicato e pela administração, afirmou poder provar os valores avançados pela Valorsul «se os trabalhadores autorizarem a revelação das suas declarações de IRS».

Os trabalhadores que estavam em greve há uma semana reivindicam um aumento salarial de 3,7 por cento e protestam contra a diminuição do tempo de descanso obrigatório, entre turnos, de 12 para 8 horas.