Os sectores mais afectados pela paralisação desta quinta-feira foram a saúde, os serviços camarários, a educação e a segurança social. Mas sexta-feira será pior: os sindicatos garantem que se esperam «uma maior adesão» em véspera de fim-de-semana.

«A média de adesão rondou os 80 por cento», afirmou ao PortugalDiário Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública. «Os valores mais elevados que temos são na região centro do país e na cidade Lisboa, sobretudo na administração central», diz.

A média de 80 por cento é também indicada por Nobre dos Santos, líder sindical da Frente Sindical da Administração Pública (FESAP). «Houve adesões em algumas zonas que superaram as nossas expectativas». É também na capital que o sindicalista encontra a maior adesão, «seguida da zona Norte, centro, Alentejo e Algarve».

Quanto às áreas mais afectadas, Nobre dos Santos destaca a educação, apesar dos valores serem «irregulares». «Tivemos casos de escolas que, de manhã funcionaram a 50 por cento, mas que, tiveram de encerrar à tarde».

Porto

Houve escolas encerradas como a Clara de Resende e Fontes Pereira de Melo, mas na generalidade dos serviços públicos o público continuou a ser atendido. Nas repartições de finanças do 6º e 7º Bairro Fiscal, metade dos funcionários fizeram greve. No Palácio da Justiça, 13 dos 29 funcionários fizeram greve.

Na área da Saúde, os serviços mais afectados foram os de enfermagem, apesar de no Hospital de Santo António não terem impedido o normal funcionamento das consultas externas e das cirurgias programadas.

Açores

No arquipélago, os sindicatos falam de ilegalidades nas escolas, cujos conselhos executivos recorreram a professores para fazerem o «papel» de auxiliares. Uma atitude não permitida no direito à greve.

Quanto à área da saúde, a adesão dos enfermeiros foi elevada, rondando os de 85 por cento de média.

Alentejo

Sem aulas na Escola Primária do Redondo os alunos viveram um verdadeiro dia de brincadeiras e tropelias. Da cerca de dezena de auxiliares de acção educativa e funcionários contratados, apenas três não aderiram à paralisação, levando o estabelecimento a fechar, apesar de professores e educadores terem comparecido ao trabalho. O Tribunal do Redondo esteve aberto, embora com alguns funcionários em greve, e os utentes do centro de Saúde também foram atendidos normalmente.

Madeira

Escolas encerradas, julgamentos adiados, serviços de saúde a funcionar apenas com mínimos foram algumas das consequências da greve.

No Hospital Central do Funchal os serviços de Urgências, Bloco Operatório, Consultas Externas, Portaria e Recepção estiveram encerrados, enquanto a adesão dos restantes trabalhadores nesta unidade de saúde foi de 70 por cento.

Nas câmaras municipais, excluindo o Funchal, registou-se uma elevada adesão. Tal como no sector de recolha do lixo.

Quanto à educação, os primeiros dados recolhidos apontavam para uma adesão entre os 40 e 50 por cento. Na Justiça, a adesão média terá sido de 73 por cento.

Lisboa

Na capital do país, a adesão à paralisação de dois dias, sentiu-se sobretudo na educação, na saúde e na segurança social.

No Palácio de Justiça houve julgamentos adiados e secções encerradas. Parte das repartições de Finanças tiveram portas abertas, mesmo com a falta de alguns trabalhadores.

Algarve

O Hospital de Faro atingiu uma adesão de 70 por cento e a escola de Quarteira teve de encerrar devido à falta de funcionários. Em Castro Marim também foram encerrados muitos serviços.