DESTINOS é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias dessa década marcante do futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINOS.

RICARDO ROCHA: Sporting (1988/1989)

Campeões do mundo de seleções com passagem pela liga portuguesa? Uuuuuhh, tricky! Ora vamos lá a ver. Iker Casillas, claro, e outro espanhol. Joan Capdevila, lembra-se dele no Benfica? E quem mais? Brasileiros, talvez. Claro que sim: Branco, Aldair, Anderson Polga e Ricardo Rocha.

Ricardo Rocha, o Xerife. Deste sexteto histórico, o zagueiro é o que menos jogos contabiliza em Portugal. 12 apenas, entre janeiro e maio de 1989, o último numa derrota do seu Sporting em Alvalade contra o Benfica: 0-2 a 14 de maio. 

O que é feito de Ricardo Rocha? Tem 57 anos, uma forma física invejável, é comentador televisivo na Fox Sports e tem um currículo de luxo. Além da passagem discretíssima pelo Sporting - não por culpa própria, como já a seguir se verá -, Ricardo joga ainda dois anos no Real Madrid (88 jogos de 1991 a 1993) e soma 39 internacionalizações pelo Brasil.

Duas chamadas à Copa América e duas também a Mundiais, com o título de 1994 (69 minutos e lesão na estreia contra a Rússia) a ajudar a esquecer a desilusão de 1990 (dois jogos).

Senhoras e senhores, um dos futebolistas com o palmarés mais rico a jogar em Portugal na primeira pessoa para o Maisfutebol: Ricardo Rocha no DESTINO: 80s.

Ricardo é o terceiro a contar da esquerda (em cima) nesta seleção do Brasil

Maisfutebol – Olá, Ricardo. Como estão as coisas aí pelo Rio de Janeiro?

Ricardo Rocha – A minha família está bem. A pandemia está no pico e não temos outra hipótese a não ser aguardar. Estou sempre em casa, não saio. Felizmente, aqui na minha casa, estamos bem. Temos de ser muito responsáveis e cuidar de nós. Fico orgulhoso com as imagens que tenho visto de Portugal. Foram muito corretos na abordagem e é isso que temos de fazer no Brasil. Como é que podemos melhorar? Ninguém está feliz. Nunca vi nada assim, nem numa guerra. Isto afeta o mundo inteiro. Ricos, pobres, isso não existe e qualquer um pode ser apanhado. 

MF – Vamos então fazer uma viagem no tempo. O Ricardo chegou a Lisboa no verão de 1988, mas só começa a jogar em janeiro de 1989. O que se passou?

RR – Fiquei muito triste porque adoraria ter ajudado mais o Sporting. O problema é que o clube atravessava uma crise financeira enorme. Para você ter uma pequena ideia, tive de esperar cinco meses até o Sporting pagar o meu passe ao Guarani e à federação brasileira. Foi tudo complicado, tudo difícil. A parte boa é que fiz grandes amizades no balneário.

MF – Quando veio para Portugal já era internacional brasileiro.

RR – Já tinha esse estatuto, sim. O meu nome já era muito conhecido no Brasil, apesar de jogar num clube que não era muito famoso.

MF – Como é que apareceu o Sporting na sua vida?

RR – Eu já tinha 26 anos, queria experimentar o futebol na Europa e o meu empresário, o Juan Figger, disse-me que o Sporting era um dos grandes de Portugal e precisava de um defesa central. O Figger já tinha levado o Silas e disse-me bem do clube e do país.

MF – O que encontrou quando chegou ao Sporting?

RR – Um clube muito grande e a atravessar uma das piores crises da sua história. Nunca vi uma coisa daquelas. Ficámos seis ou sete meses sem receber salários, uma coisa incrível. Os jogadores tiveram de ser muito fortes. A época foi dificílima. O presidente Jorge Gonçalves entrou com determinada ideia no clube e as coisas não correram como ele esperava. Foi muito, muito difícil.

MF – Como é que o Ricardo geriu o lado emocional? Estar fora do seu país e sem receber salário…

RR – Já era difícil estar fora do meu país. Sem a família, sem os filhos… sobrou a amizade com os meus colegas e com os adeptos. Acho que na época os torcedores perceberam que a equipa não podia fazer mais. Sem dinheiro, sem pagar aos jogadores, tudo foi inviável. O Sporting é muito grande, tem uma história no futebol mundial e tem de ser respeitado.

MF – Como é que suportou estar sete meses sem atraso? Há contas para pagar.

RR – Sempre fui um jogador com bom astral e teve de ser assim. Dar as mãos aos meus colegas, desabafar com eles. Os meus melhores amigos eram o Douglas, o Silas, o uruguaio Rodolfo Rodriguez, o Paulinho Cascavel, o Carlos Manuel, o Oceano. Eu já tinha uma condição financeira mais ou menos boa, mas foi tudo muito desgastante.

MF – Apesar desses problemas graves, gostou de viver em Lisboa?

RR – Adoro Lisboa até hoje. Amo Portugal, aliás. Vivi aí há mais de 30 anos e vejam bem o que mudou Portugal e Lisboa. Tenho grandes amigos, sou sempre muito bem tratado e é um orgulho ter jogado no Sporting. Gostava de ter jogado mais tempo aí, mas tive de voltar para o Brasil.

MF – Ainda mantém amizade com os jogadores desse plantel? Douglas, Silas…

RR – Tenho mais contacto com o Silas. O Douglas vive no interior de Minas Gerais, falámos mais por telefone, mas o Silas está em São Paulo e é mais fácil estar com ele. Ainda falo com o Rui Maside, com o Oceano, mantenho esses contactos.

MF – Nesses meses tão complicados, o presidente Jorge Gonçalves dava a cara ou fugia?

RR – Um pouco de tudo (risos). Dava a cara no início, depois não. Começou a esconder-se e eram outros diretores que falavam connosco.

MF – Fez 12 jogos oficiais pelo Sporting. Qual foi o mais especial?

RR – Bem, não foram muitos, mas lembro-me de ter marcado um golo importante. Canto de Carlos Manuel e golo meu. Não me lembro é do clube adversário. Tenho esse jogo gravado aqui em casa e fiz uma bela exibição.

MF – Farense. 1-0 para o Sporting.

RR – Isso mesmo, Farense.

MF – Teve quase tantos treinadores como jogos de leão ao peito.

RR – (risos) Pedro Rocha, Vítor Damas e Manuel José. O Pedro era um grande amigo, mas saiu porque não havia condições. O Damas ficou porque era um símbolo do clube e depois entrou o Manuel José. O Manuel disse-me uma vez uma frase que me ficou para sempre e que eu sempre usei no futebol. ‘Ricardo, pá, conhaque é conhaque e trabalho é trabalho!’. Uma personagem riquíssima, o Manuel. Ele entendia os nossos problemas, tentava ajudar, mas não era simples.

MF – O Sporting foi apenas duas vezes campeão nacional depois da sua passagem pelo clube.

RR – Em 31 anos? É muito pouco. O Sporting tem de melhorar. Podia ter sido campeão com o Jorge Jesus, se bem me lembro. Mas o Sporting é fantástico na formação, revelou jogadores incríveis e um deles é considerado o melhor do mundo. O clube tem de fazer contratações pontuais e juntá-las aos atletas da formação. Quem tem muito dinheiro, tudo bem, mas acho que o Sporting se esquece dos miúdos quando tem mais dinheiro.

MF – O Ricardo nunca mais teve possibilidade de voltar a Portugal?

RR – Era difícil, porque depois eu fui vendido pelo São Paulo ao Real Madrid. Era difícil concorrer com o Real. Eu tinha paixão pelo Real. Na altura tive também um convite de Itália e da Alemanha, mas escolhi o Real para realizar um sonho. As coisas correram-me bem e fiz quase 100 jogos em dois anos. Há muito tempo que o clube não contratava um brasileiro e abri a porta para outros atletas do meu país.

Ricardo Rocha num dos 88 jogos feitos pelo Real Madrid

MF – O Real é um dos maiores clubes do mundo.

RR – Basta ver o número de Liga dos Campeões. O Real tem 13 e o segundo clube da lista é o Milan, com sete. É um clube com uma história única e o meu nome está lá nessa história. No Sporting joguei pouco tempo, mas sinto que as pessoas ainda se lembram de mim. Era muito difícil ficar lá mais tempo. Se bem me lembro, eu até cheguei depois de o Sporting falhar a contratação do Frank Rijkaard. Enfim, depois houve a confusão com a chegada do meu passe. Tudo difícil, uma confusão enorme.

MF – Falemos sobre o Ricardo na seleção do Brasil. Foi campeão do mundo em 1994.

RR – Estive no Mundial de 1990, mas infelizmente fomos eliminados pela Argentina. Fizemos um jogaço, mas perdemos 1-0. Em 1994, sim, a equipa estava muito forte. Tínhamos dez jogadores do Mundial de 1990 e depois outros atletas de grande valor. Bebeto, Romário, Dunga. Fiz o primeiro jogo a titular contra a Rússia, mas lesionei-me quando faltavam 20 minutos. O Aldair entrou para o meu lugar e eu só recuperei para a final. Fiquei no banco contra a Itália. É um título que está marcado para o resto da vida de todos nós.

MF – A lesão que teve foi grave?

RR – Não foi muito grave, mas o Mundial dura quatro semanas só. Tive um estiramento no adutor e já não consegui ajudar a equipa. O Márcio Santos e o Aldair fizeram uma ótima dupla e não havia como eu voltar, até porque fisicamente precisaria de mais tempo para estar mesmo bem.

MF – Esteve com a equipa até ao fim?

RR – Sim, sempre. Depois da minha lesão o pessoal teve uma reunião com a equipa técnica, disse que eu era muito importante para o grupo e pediu para eu ficar. Passei a ser o elo entre os jogadores e o Carlos Alberto Parreira. Fazia os meus tratamentos e falava muito depois com os meus companheiros.

MF – Quais são as memórias mais fortes que o Ricardo tem dos Mundiais de 90 e 94?

RR – Penso muito na derrota contra a Argentina em 90. Ficámos um ano sem ir à seleção depois da derrota. Ficámos mal vistos no Brasil, os adeptos perderam o carinho pela equipa. Depois, o Falcão assumiu a seleção e chamou cinco jogadores dessa equipa para a Copa América. Eu, o Mazinho, o Taffarel, o Branco e o Renato Gaúcho. O Renato acabou por não ir a esse torneio.

MF – O jogo da Argentina é o famoso «jogo da água».

RR – Isso mesmo. Eu fiz uma falta sobre um jogador da Argentina. Ele caiu e os massagistas entraram. O Branco pegou na água e bebeu. Ao intervalo ele disse-nos que não se estava a sentir bem. ‘Estou meio tonto e tal’. Nós dissemos que devia ser por causa do calor. O jogo acabou, o Branco aguentou até ao fim, mas não estava bem. Muitos anos depois, o Maradona disse numa entrevista que a água era uma «água batizada». Fui apanhado de surpresa, muita gente ficou revoltada.

MF – O Brasil era superior a essa Argentina?

RR – O jogo foi um massacre, mandámos três bolas aos ferros, mas a bola não queria entrar. Podíamos jogar o dia inteiro. Nós perdemos esse jogo a jogar bem.

MF – A equipa de 1994 era melhor do que a de 1990?

RR – A equipa de 90 era mais completa, mas a de 94 tinha jogadores de muito peso e alguns meninos de muito valor: Ronaldo, Paulo Sérgio, Viola.

MF – E quando o Roberto Baggio rematou para as nuvens?

RR – Eu estava ali, no banco, e fomos a correr para dentro do campo. Uma enorme alegria. Estávamos há 24 anos sem conquistar o título. Foi como com Portugal em 2016, uma alegria única. Hoje o futebol português é muito respeitado e tem atletas de alto nível.   

MF – Teve muitos colegas «zagueiros». Quais os melhores com quem jogou?

RR – Mozer, Aldair e Ricardo Gomes foram centrais de alto nível e são bem conhecidos aí em Portugal. No Brasil joguei ao lado do Alexandre Torres e Mauro Galvão, outros zagueiros de grande qualidade. O Márico Santos também era muito bom.

MF – O Ricardo é comentador desportivo numa televisão. Qual a sua opinião sobre o Jorge Jesus e o Jesualdo Ferreira?

RR – O Jesus eu já conhecia, vi alguns jogos do Benfica e do Sporting. É mais agitado. O Jesualdo é mais pacífico, tranquilo e foi importante para uma geração de treinadores em Portugal. O Santos estava a começar a jogar bem com ele e eu torço por ele porque é uma pessoa de bom coração. A forma de ser do Jorge Jesus não foi uma surpresa, mas os resultados sim. Ele chegou e em oito meses ganhou o campeonato e a Libertadores. Trouxe oito jogadores que deram muita agressividade ao futebol brasileiro. Ele deu esse lado europeu ao Flamengo. Falo muito com o Jesus, falamos muito e respeito bastante o Jesus. Ainda bem que chegaram bons treinadores portugueses ao Brasil, como antes foram brasileiros para o Portugal. Sobre o Jesualdo, acho que começa a dar uma cara ao Santos, apesar do clube não ter a força financeira do Flamengo. Mas nesta altura, a grande estrela do futebol brasileiro é o Jesus.  

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