DESTINOS é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias dessa década marcante do futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINOS.

DUDA: Benfica (1997); Rio Ave (1998/1999); FC Porto (1999); Alverca (2000); Boavista (2000 a 2004)

Duda. Figura essencial no histórico campeonato do Boavista em 2001. Jogou no Benfica, no FC Porto, mas só no Bessa triunfou em Portugal. Fez quatro épocas fantásticas, jogou a Liga dos Campeões, chegou às meias-finais da Liga Europa e voltou ao Brasil, onde se entregou à Fé. 

Na localidade de Vila Velha, estado do Espírito Santo, Duda é o Apóstolo Carlos Eduardo Ventura. O antigo extremo, agora com 46 anos, diz que o Evangelho e a família são a sua vida e que só uma força sobrenatural poderá explicar o milagre vivido em 2019. 

Duda sofreu uma queda de sete metros, mergulhou para a morte, mas sobreviveu para contar ao Maisfutebol toda a história. Um relato absolutamente impressionante. Um campeão da vida no DESTINO: 90s.
 

Boavista em 2001: Ricardo, Sanchez, Frechaut, Turra, Bosingwa e Pedro Emanuel (em cima)
Duda, Erivan, Goulart, Rui Óscar e Márcio Santos (em baixo)

 

Maisfutebol – Como é que está a vida do Duda no Brasil? Lemos que vive na zona de Vitória, no estado de Espírito Santo.
Duda – Antes de mais, queria dizer que é um prazer voltar a falar para Portugal. Fiz muitos amigos aí, passei por grandes clubes e construí uma história bonita. As minhas duas filhas nasceram em Portugal e estaremos ligados para sempre a esse país. Bem, vivo em Vila Velha, perto de Vitória, e no ano passado sofri um acidente muito grave. Fraturei quatro costelas, parti os dois pulsos, afundei toda a zona da face do lado direito e tive de fazer uma reconstrução. Graças a Deus, ultrapassei esse momento mau e sou uma pessoa renovada. Quero viver ainda mais. É nos momentos maus que percebemos o quanto amamos a nossa família. Tive oportunidade para refletir no período em que estive no hospital, tive muitas pessoas a rezar por mim. A minha esposa Vanessa, os meus filhos, os meus amigos. Eu sou líder de uma Igreja aqui na região, estamos a fazer um trabalho maravilhoso com a com a comunidade, com as crianças. Agora tenho tempo para me dedicar à religião. Quando jogava futebol, a minha vida acabava por ser um pouco superficial. O acidente obrigou-me a voltar a treinar, sinto-me revigorado.

O Duda sofreu um acidente de viação?
Não, não. Sofri uma queda de sete metros. Estava a preparar a festa de aniversário de uma das minhas filhas e tive de subir a um local para tratar da iluminação. Pensei que não havia perigo nenhum. Nós nunca acreditamos que as coisas más nos acontecem a nós. Fui um pouco imprudente, pois eram sete metros de altura, mas eu já tinha feito isso no passado. Subi e, de repente, escorreguei e caí. Acabei por ter muita sorte. Antes de bater no chão já tinha partido o braço esquerdo, estava todo torto. A minha tíbia também quase que ficava partida. Foi como se tivesse mergulhado numa piscina. O médico disse-me que se eu tivesse caído de costas a queda teria sido fatal.

Ficou com sequelas?
Algumas. É que eu bati com o lado direito da minha face diretamente no chão. Senti o estalo. Perdi o olfato no lado direito do nariz. Ainda estiquei o meu braço direito, para tentar amparar a queda. Quando tentei colocar o pulso no chão, eu já estava descontrolado e a bater com a cara. Esmaguei todos os nervos do lado direito da cabeça e face, tive de fazer uma reconstrução através do olho. A minha recuperação foi ótima, fiquei apenas com um problema na mão direita. Tenho feito bastante exercício. A minha filha apanhou um susto muito grande, porque chegou e não me viu. Tudo aconteceu na véspera da festinha dela e estava tudo preparado. A queda aconteceu às duas da madrugada. Fiquei deitado no local, a deitar sangue pelo olho e pela boca, à espera da ambulância. Estou muito melhor do que já estive e só posso agradecer a Deus por me ter dado mais uma oportunidade para estar com os meus três filhos, os meus dois netos, a minha família e o povo da minha Igreja. O médico disse-me que foi um milagre eu não ter morrido e que eu tinha começado uma nova vida.

A sua ligação à religião começou depois desse acidente?
Não, na verdade essa ligação começou por volta de 1994. Eu estava no interior de São Paulo e conheci Deus através de um colega de equipa que era Atleta de Cristo. Aliás, em Portugal continuámos essa obra com o Aloísio e o Deco, entre outros. Ajudámos muitas pessoas e instituições de caridade de forma discreta. A minha tia é a matriarca da minha igreja e foi ela que me guiou para este caminho. Ela e um antigo colega de equipa meu, no Ituano. Foi com eles que conheci o Evangelho. Se hoje eu sou uma pessoa equilibrada, acredito que é por causa da fé. Todos os meus antigos colegas de equipa sabiam a fé que eu tinha. Acompanha-me há 26 anos.

A consagração dos campeões do Boavista. Duda está em baixo, ao centro

Em Portugal conhecem o Duda sobretudo pelo título nacional no Boavista. Mas o Duda passou antes pelo Benfica e pelo FC Porto.
Isso mesmo. Eu fui campeão estadual pelo Ituano e no final nem me deixaram subir ao carro dos bombeiros, para dar a volta e celebrar com os adeptos. Disseram-me que eu tinha de ir para o escritório do presidente porque o Benfica de Portugal me queria contratar e eu tinha de decidir algumas coisas. Marcaram a minha viagem logo para segunda-feira. Quando cheguei ao Benfica fiquei assustado com a pressão da massa adepta. Eu não tinha a noção do que iria encontrar. Isso foi em 1997 e eu não estava psicologicamente preparado para jogar num grande clube. Precisava de ter jogado mais anos no Brasil. Não é fácil sair de um clube pequeno e chegar a uma instituição que te pressiona a ganhar sempre. Eu tinha 22 ou 23 anos e estava ao lado do Paulo Nunes, do Gamarra, do João V. Pinto, do Nuno Gomes, era uma grande equipa.

Acabou por nunca fazer um jogo oficial pelo Benfica.
Eu sempre amei jogar futebol, amei, amei. Queria jogar e acabei por stressar no Benfica. Treinava bem, os jornalistas indicavam muitas vezes o meu nome para a equipa provável e depois o técnico [Mário Wilson] nunca me levava para os jogos. Mais tarde percebi que o Benfica me queria trabalhar, dar tempo, mas eu não entendia isso. E stressei. Tive um problema sério com a minha esposa, todos os dias ela me dizia que queria voltar ao Brasil e eu tinha de gerir as coisas em casa. Fui aguentando, até me lesionar gravemente num jogo amigável contra a seleção da Arábia Saudita. Torci o joelho e tive de parar muito tempo. Mesmo assim, valeu muito a pena ter passado pelo Benfica. A maior parte dos meus colegas eram jogadores de seleção. Eu colecionava os cromos onde eles apareciam e por isso ficava a olhar para eles no balneário. «Duda, você é estranho, pá! (risos)». Por falta de maturidade, rescindi o meu contrato com o Benfica, devido a problemas pessoais. Tinha mais dois anos e meio de ligação ao clube e abdiquei de tudo.

VÍDEO: o único golo de Duda pelo FC Porto (aos 1m50s, imagens RTP)

Mas não foi diretamente para o FC Porto.
Não, voltei ao Brasil e ainda fui um tempo para o Japão [Kashiwa Reypsol]. Mais tarde, quando estava novamente no meu país, é que fui informado da possibilidade de ir para o FC Porto. Isso foi em… janeiro de 1999. Cheguei a uma equipa que tinha o Mário Jardel, o Vítor Baía, o Secretário, jogadores consagrados. Foi mais uma grande experiência. Não tive muitas oportunidades e poucas semanas depois fui emprestado ao Rio Ave. Não era fácil jogar no FC Porto. O técnico [Fernando Santos] ainda me tentou adaptar a lateral direito, não foi nada fácil.

Esteve no Rio Ave uns meses e voltou ao FC Porto.
Sim, mas a concorrência era fortíssima no ataque. O Jardel era Bota de Ouro, uma referência, aprendi muito com as movimentações dele. Fiz alguns jogos [três, entre outubro e novembro de 1999] e regressei ao Brasil. Porquê? Porque o meu empresário me disse que o Boavista me queria contratar. Mas se eu ficasse em Portugal não poderia sair diretamente para o Boavista, o FC Porto exigiria alguns direitos. Então, tivemos de fazer uma manobra. Vajei para o Brasil, encerrei o meu contrato, fiquei uma semana e regressei a Portugal. O Jaime Pacheco telefonou-me, disse-me que estava a fazer uma grande equipa e pareceu-me muito bem. Acertámos tudo, mas eu não podia ir logo para o Boavista. Por isso ainda estive uns meses no Alverca.

Duda, de tshirt branca e calções pretos, durante um concerto religioso

No Boavista fez história logo na primeira época.
É o clube que está no meu coração. Foi uma experiência espetacular. Fiz grandes amigos. O Silva, o Whelliton, muitos compatriotas brasileiros. Tínhamos um grupo muito forte. O treinador Jaime Pacheco era muito duro, os nossos treinos tinham a intensidade de jogos. Era como ele gostava, sempre tudo pesado. Eu adaptei-me bem a isso. Como nunca fui forte, tive de apostar na minha velocidade. Eu não era como Silva, a quem eu chamava Tronco. Os defesas batiam nele e o Silva aguentava. Se batessem em mim, eu passaria uma semana com dores. Tive de treinar muito, fiz também bastante musculação, e adaptei-me ao que o Jaime Pacheco queria. Passei a jogar na direita e na esquerda, tínhamos um grupo fantástico e chamámos a atenção da Europa.

Foram quatro anos ótimos no Bessa.
Sim, só na fase em que começámos a achar que ganhávamos sem correr é que os resultados pioraram. Passámos a achar que já não era preciso treinar e tivemos também problemas internos. Por isso a equipa caiu. Os jogadores e o treinador começaram a ser muito pretendidos, as cabeças deixaram de funcionar bem. Estivemos muito bem na Liga dos Campeões, fomos à meia-final da Liga Europa, eu acho que as pessoas não têm bem noção do que fizemos.

Que problemas internos sentiu no Boavista?
Houve um período em que tivemos três ou quatro meses de salários em atraso. É impossível ter a equipa no máximo quando isso acontece. Mas nos momentos bons, o Boavista era imbatível a jogar em casa. O plano do mister Jaime era simples: tínhamos de chegar ao intervalo a ganhar. Tínhamos a capacidade de impor uma velocidade enorme, uma intensidade incrível.

O grande segredo desse Boavistão era essa intensidade?
Vou contar uma coisa. Durante a semana treinávamos sempre com a relva alta. No dia de jogo, a relva era cortada curtinha. Isso fazia com que a parte física fosse muito trabalhada durante os treinos, com um jogo mais lento. Depois, com a relva baixinha e molhada, voávamos. O nosso futebol era muito rápido e isso era um grande trunfo. Eu tinha de fazer história em Portugal, depois de não ter conseguido vingar no Benfica e no Boavista.

O pior foi a crise financeira do Boavista?
Tive de ajudar colegas de equipa. Eu tinha conseguido juntar algum dinheiro e estava mais à vontade. Nós mantivemos isso em segredo, ficou dentro do grupo. Quem estava de fora, enfim, não sabia e exigia resultados. A claque do Boavista pressionava-nos bastante, não sabiam o que estávamos a viver. Fomos campeões, depois ficámos a um ponto do título e depois os resultados pioraram. Tinha de haver um motivo, não é? 

VÍDEO: os melhores momentos de Duda no Boavista

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