DESTINOS é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias dessa década marcante do futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINOS.

PAULO ASSUNÇÃO: FC Porto (2000/2001 e 2005 a 2008); Nacional (2002 a 2004)

Trinco = carregador de piano. Truculento, agressivo, maldoso se for preciso. Em alguns casos, sim senhor, mas esqueçam isso quando falam de Paulo Assunção. O antigo médio defensivo do FC Porto, tricampeão nacional na primeira década do século XXI, estava nos antípodas dessa definição. Vamos lá tentar outra vez. 

Trinco = mestre do passe. Simples, eficaz, um cavalheiro a receber e entregar. A inteligência acima de tudo o resto. Agora sim, as palavras fazem jus à herança deixada por Paulo Assunção nos relvados portugueses. 

Uma herança, de resto, já com herdeiros assegurados. Gustavo, 20 anos, faz o segundo ano no Famalicão e já é internacional olímpico pelo Brasil. João, 16 anos, está nos sub23 do mesmo clube e é um 'camisa dez' que anda sempre à procura do golo. Pedrinho, seis anos, joga nas escolinhas do FC Porto. 

Também por isso, por esta nova boa relação com os azuis e brancos, Paulo evita falar dos problemas sentidos na fase final da época 2007/08. Numa fase em que já tinha o convite do Atlético de Madrid e em que ainda negociava uma possível renovação com o FC Porto, Paulo foi ameaçado por cinco indivíduos e deixou de sentir condições para jogar nos dragões. 

Nada que apague um currículo invejável no emblema portista: três campeonatos nacionais, duas Taças de Portugal, uma Supertaça, 103 jogos na equipa principal e mais 36 na equipa B. Um senhor. Dentro e fora do campo, como prova neste DESTINOS.

Assunção contra Liedson num clássico em Alvalade

Maisfutebol – Paulo, bom dia. Continua a viver em Madrid?
Paulo Assunção – Bom dia, muito obrigado por se terem lembrado de mim. Já vivo em Portugal há um ano, no Porto. Na verdade, a minha casa é em Vila Nova de Gaia. Quando o meu filho Gustavo veio para o Famalicão, achei que era a hora certa para voltar. Peguei na família e viemos todos. Eu, a minha esposa Carina e os meus quatro filhos. O Gustavo, o João, a Micaela e o Pedro.

Voltou ao Porto por necessidade ou por gostar da cidade?
Adoro o Porto, todos nós adoramos. Nunca mais me esqueço da primeira vez que vim a Portugal e do que senti ao ver o país.

Quando foi isso, Paulo?
Em 1999, numa digressão com a seleção de sub20 do Brasil. Fomos fazer um torneio na zona de Pombal, ganhámos a prova e no final o selecionador disse que podíamos ir passear. Eu fui rezar ao santuário de Fátima, assisti a uma missa e fiz um pedido a Nossa Senhora: ‘eu gostei tanto de Portugal que peço à senhora para jogar aqui’. 90 dias depois, o FC Porto contratou-me (risos).

Foi para o FC Porto emprestado pelo Palmeiras, é assim?
Isso mesmo, eu tinha só 20 anos. Treinava com o plantel principal durante a semana e ao domingo jogava pela equipa B. Conheci o Aloísio, o Chainho, o Paulinho Santos, o Jorge Costa, aprendi muita coisa com eles.

Vamos ao início de tudo, Paulo. Nasceu em Mato Grosso, correto?
Em Várzea Grande, sim. Fica mesmo no meio do Brasil, já perto de Brasília. Tive uma infância com muita liberdade. Jogávamos descalços na rua. Uns anos depois, por intermédio de um amigo que vivia em São Paulo, surgiu a possibilidade de ir fazer um teste ao Palmeiras. Juntei dinheiro e fui fazer o teste. Correu bem e fiquei. Muito por culpa do Romário também.

O «Baixinho»?
Ele mesmo, o meu ídolo. Eu sonhava muitas vezes com ele. O Romário aparecia em frente à minha casa e dizia-me ‘você tem de sair daí, você tem de ir para São Paulo jogar’ (risos). Eu ainda apanhei o Romário no final da carreira e joguei contra ele no Maracanã. Foi uma alegria, mas tive vergonha de lhe pedir para trocar de camisola.

Os seus pais tinham alguma ligação ao futebol?
O meu pai, sim, jogava. Mas o problema é que eles tiveram nove filhos, oito rapazes e uma menina. Todos os rapazes jogaram futebol e o meu pai não tinha tempo para nos acompanhar, mas sempre nos apoiou.

Qual era a profissão dos seus pais?
A minha mãe trabalhava em casa, a cuidar dos nove filhos. O meu pai era pedreiro. Viajava pelo país todo e às vezes ficava três meses sem ir a casa, quando estava numa obra grande. Tive uma infância feliz, com um campinho de terra mesmo em frente à casa dos meus pais. Tive essa sorte (risos).

Conheceu o Scolari muito antes dos adeptos portugueses. No Palmeiras.
Tive uma sorte imensa, ensinou-me muito. Foi o meu primeiro treinador no futebol profissional e só tenho coisas boas a dizer dele. Trabalhei com ele e com o Murtosa, o adjunto. Ele obrigava-nos a jogar num ritmo muito alto e a suar a camisola. Era mandão, exigia o máximo, mas fazia tudo por nós. Era mesmo uma família.

Esse plantel tinha, por exemplo, o Faustino Asprilla e o Paulo Nunes.
O Asprilla, é verdade (risos). Era muito famoso na época, tinha um grande coração. Meio louco, mas um homem bom. Também fui colega do Paulo, sim, e de outros atletas famosos. O Zinho, o César Sampaio, o guarda-redes Marcos, era uma equipa forte. O César jogava na minha posição, tinha sido vice-campeão do mundo em 1998. Nunca me esqueço do que ele me dizia: ‘Paulo, nesta posição você tem de jogar de forma simples e proteger a equipa. Dominar e tocar. Não se tente apaixonar pela bola. É só dar um beijo nela e soltar’. (risos)

Quando chegou a Portugal já tinha alguma experiência.
Sim, mas o ritmo não é igual. No Brasil era mais tranquilo, mais toque de bola. Isso é mesmo verdade. Aqui era tudo mais apressado, mas tive a sorte de apanhar o Fernando Santos no FC Porto. Ele teve muita paciência comigo (risos). Ensinou-me bastante.

Como é que foi esse ano na equipa B do FC Porto?
Gostei muito. Eu trabalhava com a equipa principal, mas só fui convocado uma vez [suplente não utilizado num Benfica-FC Porto da Taça de Portugal]. Então ao domingo tive a alegria de jogar ao lado do Bruno Alves, do Hélder Postiga, do Ricardo Costa, do Pedro Oliveira, do Joca, do Areias, foi ótimo para mim. O treinador era o Ilídio Vale, que está com o Fernando na seleção de Portugal. Ah, falta falar do meu grande amigo Josivan, que vive agora em Viseu e tem um filho que joga muito à bola. Tem oito ou nove anos o menino, joga no Académico.

Esses quadros aí atrás representam o FC Porto, o Atlético Madrid e Jesus Cristo. São três pilares da sua vida?
A base de tudo é Jesus Cristo. Ajudou-me sempre. O FC Porto abriu a porta do futebol ao mais alto nível e é também um lado fundamental na minha vida.

Voltemos à sua carreira. O Paulo marcava poucos golos, mas um deles valeu por dez.
Pelo Nacional da Madeira, na Mata Real [27 de abril de 2003]. Nessa jogada apaixonei-me pela bola. Os meus amigos dizem sempre que eu fazia poucos golos e eu respondo que depois desse golo eu não precisava de fazer mais nenhum (risos). Peguei a bola ainda perto da nossa área, não soltei para ninguém e fui até ao fim. Ganhei muitos prémios com esse golo.

Gostou de viver e jogar na Madeira?
Sim, tivemos um grande treinador. Ficámos em quarto lugar com o José Peseiro. Na equipa estavam o Rossato, o Adriano, o Ivo [Vieira], fizemos um bom campeonato. Por culpa disso abri a porta para regressar ao FC Porto.

Como é que o FC Porto reapareceu na sua vida?
Bem, todo o plantel do Nacional nessa época teve convites para sair. Eu recebi uma oferta do FC Porto e também do Sporting. No fundo foi o fruto do meu trabalho. E é isso que eu passo ao Gustavo, aos meus filhos. Beneficiámos muito do excelente trabalho feito pelo mister José Peseiro.

Assinou pelo FC Porto em 2004. Como é que celebrou isso?
Foi uma alegria enorme. Eu já tinha jogado lá, conhecia as pessoas do clube e ainda por cima estava a assinar pelo campeão da Europa. Nada paga isso.

No primeiro ano foi para o AEK, emprestado com o Bruno Alves.
Eu até fui triste para lá, porque já me sentia em condições de jogar no FC Porto. Mas acabou por ser a melhor opção para a minha carreira. Ainda por cima reencontrei o Fernando Santos. Nós estávamos só a jogar na liga grega, tínhamos tempo para treinar e aprendi com ele tudo o que me faltava aprender. Ele foi como um pai para mim. Sentava-se comigo, tomávamos café e desenhava num papel tudo o que eu tinha de fazer em campo: ‘Paulo, tens de fazer assim, assim.’ Se não fosse o Fernando, não sei o que teria sido da minha carreira (risos). Ele é um paizão, vê tudo e explora tudo o que um jogador pode dar. A forma como tocámos na bola, como saímos de uma situação, explica as coisas com calma. Grande treinador.

No FC Porto apanhou outro treinador que o adorava, o Co Adriaanse.
É verdade, ele adorava-me. Não me conhecia bem e apostou bastante em mim. Eu só jogava com o Pepe atrás de mim. Ganhei títulos e dei um salto no meu futebol.

Um central, dois laterais e o Paulo logo à frente. Nunca mais jogou com um sistema assim?
Nunca, nunca. Era assim mesmo. Essa equipa era ótima. O Bosingwa não parava na direita. Ainda havia o Pepe e depois o Pedro Emanuel ou o Ricardo Costa. À minha frente estavam o Lucho Gonzalez e o Raul Meireles. Na frente havia o Quaresma, o Tarik, o Lisandro, era uma equipa fortíssima.

É raro encontrar uma equipa com tanta vertigem atacante.
Hoje em dia procura-se mais o equilíbrio. Não é fácil encontrar uma equipa que arrisque tanto. Com o Co Adriaanse o objetivo era fazer golos logo nos primeiros 15 minutos. E resultou. Fomos campeões nacionais e vencemos a Taça de Portugal. A equipa estava preparada, conhecia bem o sistema.

É verdade que o Co Adriaanse não gostava de tatuagens e cabelos compridos?
Sim, sim (risos). O mais importante é que ele trabalhava bem e fazia com que os jogadores dessem o máximo. Os jogadores tinham de respeitar o chefe e cumprir o que ele queria. Mas alguns até tinham cabelo comprido e tatuagens, o mister respeitava isso. Só não queria exageros.

O Paulo acabou por ser tricampeão no FC Porto. Foi, aliás, sempre campeão.
Com o Co Adriaanse e depois dois anos com o professor Jesualdo. O professor estudava muito o adversário, era um homem inteligente. Tive muita sorte com os meus treinadores. Scolari, Fernando Santos, Adriaanse, Jesualdo. O meu futebol foi influenciado por todos eles. Quando a minha equipa estava no processo ofensivo, eu já estava a pensar na forma como me tinha de posicionar para defender bem. Quando estava com bola, o meu maior prazer era servir os colegas. Dominar a bola, passar a bola e colocar-me bem para proteger a equipa. O meu futebol era assim.

 

Jesualdo dá indicações a Paulo Assunção

Nunca foi convocado para a seleção do Brasil?
Nunca fui, não tive oportunidades. Tenho de respeitar, na minha posição houve sempre grandes jogadores. César Sampaio, Mazinho, era só gente com moral e estatuto.

Não pensou jogar pela seleção de Portugal?
Passou-me pela cabeça, claro, até por tudo o que o país fez pela minha família, pelo carinho. Teria gostado, mas lembro-me de que houve um problema burocrático no processo de naturalização e as coisas ficaram assim, adiadas. São tão português como brasileiro nesta altura (risos). Fui recebido de braços abertos neste país.

Quem eram os seus melhores amigos no FC Porto?
Toda a gente, dava-me bem com toda a gente e todos me tratavam bem. Pepe, Bosingwa, Lucho, Helton, todos. O grupo era ótimo.

Também tinham o ritual do almoço de equipa, como nos anos 90?
Sim, fazíamos muitos almoços com a malta do equipa. Pelo menos dois por mês. Conversávamos, comíamos, isso era fundamental para reforçar os laços do grupo. Passávamos mais tempo no FC Porto do que com a família. Tínhamos mesmo de nos dar bem. Para qualquer jogar, representar o FC Porto só pode dar felicidade. É um clube conhecido em todo o mundo. Durante três anos dei tudo para ganhar sempre. Dei sempre o máximo.

Qual foi a sua melhor exibição no FC Porto?
Acho que foi contra o Inter de Milão, na Liga dos Campeões [19 de outubro de 2005, estreia a titular]. Ganhámos 2-0 e a partir daí comecei sempre a ser titular. Nem dormi à noite antes desse jogo, a minha barriga não parava de tremer. Queria dar o máximo, não podia falhar e acho que fiz uma bela exibição. No FC Porto a exigência era tremenda. E no treino era pior do que no jogo. Mais agressivo, ainda, uma guerra. E com muita qualidade, intensidade e habilidade. Cheguei a entrar em casa zangado por perder um joguinho no treino (risos). Quem perdia já sabia que tinha de pagar alguma coisa.

O Costinha dizia na TVI que o Hugo Almeida até tinha medo de saltar com o Jorge Costa.
O nosso capitão, era sempre o primeiro a chegar aos treinos. Liderava pelo exemplo. Era um guerreiro, muito forte, não deixava ninguém facilitar. Foi um dos grandes capitães da minha carreira. E metia medo nos treinos, é verdade (risos). Para ele, o treino era igual ao jogo.

Há alguma história engraçada que possa contar desse balneário do FC Porto?
Claro, vou contar uma com o Ezequias [contratado em 2006 à Académica]. Lembram-se dele?

Sim, o lateral esquerdo.
Ele mesmo. Nós estávamos na pré-temporada e tivemos um dia livre. Fomos para a praia, para o mar, e o Ezequias andava a gabar-se a toda a gente por ter comprado um relógio bom, muito caro. Na hora do banho, a malta foi toda a correr para mergulhar na água e o Ezequias esqueceu-se de tirar o relógio. ‘Ezequias, onde é que você comprou esse relógio caro? Ele está cheio de água. Você foi enganado, cara, isso já nem trabalha’. Então ele começou a rir-se, atrapalhado, e a dizer: ‘ah, eu queria impressionar-vos, disse que era muito caro e tal, mas isto foi barato, baratinho’ (risos). Grande Ezequias. Já não falo com ele há muitos anos, era boa pessoa.

O Paulo teve três anos ótimos no FC Porto, mas depois houve problemas no final da relação. É verdade que foi pressionado para renovar?
Chegou um momento em que o meu contrato estava a acabar. Quando isso acontece… decidi ir para o Atlético. Cumpri integralmente o meu contrato com o FC Porto e até tenho o meu filho mais pequeno, o Pedrinho, a jogar no clube. Fiz amizades com toda a gente, o FC Porto abriu-me as portas e nunca me esquecerei disso. Tudo está resolvido entre mim e o clube. O Herrera e o Brahimi também saíram quando os contratos acabaram. É normal.

Não ficaram mágoas nem problemas com os adeptos?
Pelo contrário. Ando na rua e os adeptos ainda me pedem fotos e dizem que eu era um jogador exemplar e que dava tudo.

O Paulo chegou a ser perseguido e ameaçado por cinco pessoas…
Sim, mas nem me acredito até hoje que eles eram adeptos do FC Porto. Os adeptos do clube tratam bem os seus atletas. Está tudo resolvido e tenho o melhor jogador do mundo a jogar no FC Porto. O Pedrinho tem seis anos, é canhoto e joga muito bem. Sempre fui bem tratado pelo presidente Pinto da Costa, adoro-o e se o FC Porto é o clube que é, pode agradecer ao presidente. Ajudou-me muito, abriu-me as portas do clube.

Paulo com Salvio e o malogrado Reyes a celebrar a Liga Europa

Valeu a pena a mudança para Madrid? Foi feliz no Atlético?
Valeu, encontrei o clube numa fase de crescimento. Ainda ganhei lá títulos [duas Ligas Europa, uma Supertaça Europeia] e trabalhei com bons treinadores. O Javier Aguire, o Quique Flores, o Abel Resino e apanhei o Diego Simeone.

Falemos dos seus filhos. O Gustavo estreou-se agora pela seleção olímpica do Brasil e é o mais conhecido. E o João?
É mais um camisa dez, anda mais nas zonas de golo. Está nos sub23 do Famalicão. O Pedrinho tem seis anos e é o único canhoto da casa, joga em posições ofensivas. A minha vida atualmente é esta, acompanhar os meus filhos. O João tem 16 anos e o Pedro só seis, tenho de levá-los todos os dias aos treinos. Vivem todos cá em casa, menos o Gustavo. Ele tem 20 anos e vive em Famalicão, vem para casa quando o fim-de-semana fica livre. A Micaela gosta muito de jogar voleibol.

Teremos um herdeiro do Paulo na equipa principal do FC Porto?
Vamos esperar pelo momento certo (risos). Acreditamos muito em Deus e quando for vontade dele, assim será. Seria uma alegria para todos nós. Ainda no outro dia estava no Arrábida Shopping, com o Gustavo, e ouvi alguém a chamar ‘Assunção, Assunção!’. Olhei para trás e o senhor disse que estava a chamar o Gustavo (risos). Ele é parecido comigo, joga com muita calma, é paciente. Tem uma saída de bola muito elegante e limpa. É bastante maduro para a idade que tem. Dou-lhe sempre o conselho que o César [Sampaio] me dava: ‘nunca se apaixone pela bola, é dar um beijo e passar’.

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