DESTINOS é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias dessa década marcante do futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINOS.

Anos 90 no futebol indígena, o maravilhoso e o estranho de mãos dadas. Tudo era possível, até ver um clube da II Divisão Nacional a contratar um dos melhores jogadores a uma equipa que jogava na Taça dos Campeões Europeus. 

Foi assim que Stevan Milovac, campeão jugoslavo em 1989, chegou meses depois ao Sport Comércio e Salgueiros e tornou-se no grande pilar da defesa portuense na década de 90. Oito temporadas, mais de 200 jogos e um elo de ligação fundamental num balneário cheio de jogadores oriundos da ex-Jugoslávia. 

Numa semana em que o Salgueiros fez uma gracinha na Taça de Portugal e voltou a piscar o olho aos palcos maiores, o Maisfutebol convidou Milovac para este DESTINOS carregado de amor pelo histórico de Vidal Pinheiro. 

A partir de Faro, onde está radicado há quase 20 anos, Milovac representa esse grande Salgueiros da década de 90 e a comunidade balcânica que assentou arraiais em Paranhos. Quem não se lembra de nomes tão marcantes como os do treinador Zoran Filipovic, Dragan Djukic, Jovica Nikolic ou Cedomir Djoincevic?

MILOVAC: Salgueiros (1990 a 1997)

. 1990: 22 jogos/2 golos (II Divisão)
. 1990/91: 36 jogos/3 golos (5º lugar)
. 1991/92: 28 jogos (15º lugar)
. 1992/93: 30 jogos/4 golos (15º lugar)
. 1993/94: 29 jogos/5 golos (11º lugar)
. 1994/95: 26 jogos (11º lugar)
. 1995/96: 30 jogos/1 golo (11º lugar)
. 1996/97: 20 jogos (6º lugar)

TOTAL: 221 jogos/15 golos

Milovac (com a bola) durante um dérbi contra o Boavista

Maisfutebol – Olá Milovac, boa tarde. Sabemos que está a viver em Faro. Está aí há muitos anos?
Milovac – Bem, eu deixei de jogar em 1997 no Salgueiros e fui adjunto do Zoran Filipovic na época 1998/99. Saímos de Guimarães em dezembro de 1998 e em conversa com o Djukic, que jogou no Farense, surgiu a possibilidade de vir para o Algarve. Mas na temporada 1999/00 ainda acompanhei o treinador Manuel Balela no União da Madeira. Voltei para o Porto e depois, sim, é que me radiquei em definitivo no Algarve. Em 2001.

Continuou ligado ao futebol?
Não. Eu e o Djukic andámos cerca de seis meses à procura de um negócio e lá decidimos adquirir um café na baixa de Faro. O problema é que o café era pequenino e não deu para sustentar duas famílias grandes (risos). O Djukic tinha três filhos, agora tem quatro. Eu também tinha três filhos, não dava para as duas famílias. Então decidi sair eu. Em 2003 eu e a minha mulher comprámos outro café, também na baixa de Faro. Trabalhámos lá 16 anos, até ao falecimento da minha mulher. Em fevereiro de 2019 foi-lhe diagnosticado um cancro na cabeça e aguentou um ano. Morreu em fevereiro de 2020.

O resto da família está consigo?
Uma das minhas filhas é basquetebolista e joga no CLIP, no Porto. Já está na II Liga. A outra trabalha no Aeroporto do Porto e o meu filho está a trabalhar numa cadeia de hipermercado. Ele jogou futebol até aos juniores, mas parou. É muito alto, mede 1,97 metros, mas não tinha garra nenhuma.

O Milovac afastou-se completamente do futebol?
Por acaso, em janeiro deste ano recebi um convite do Moncarapachense e fui para a equipa técnica dos juvenis, fui com um amigo meu que é polícia, o Bruno Pereira. O campeonato foi interrompido, tínhamos muito boa equipa. Esta época subi para os juniores e sou o treinador principal. Vamos lá ver o que isto vai dar. Nunca devia ter saído do futebol, estive muitos anos afastado. Foi a pior coisa que fiz. Se tivesse ficado a viver no Porto tinha sido melhor para mim, porque há mais oportunidades e eu conhecia toda a gente.

Foram oito temporadas seguidas ao serviço do Salgueiros.
Anos muito bons e até hoje não sei como fui lá parar (risos). Veja bem: eu fui campeão nacional da Jugoslávia em 1989, joguei a Taça dos Campeões Europeus nos meses seguintes e em janeiro de 1990 estava a jogar na II Divisão de Portugal, muitas vezes em campos pelados. O Zoran Filipovic fez-me o convite, disse-me que a equipa ia subir de divisão e o Dragan, que tinha sido meu colega de equipa e que já estava no Salgueiros, disse-me muito bem do clube e do país. Decidi aceitar o desafio. Não havia empresários, pensei pela minha cabeça.

Milovac (terceiro em cima, a contar da esquerda) foi campeão jugoslavo ao lado de Mihajlovic, Vujavic e Jokanovic

Trocou um clube que estava na Taça dos Campeões por um que jogava na II Divisão. Ficou a perder financeiramente?
Não, não. O Salgueiros ofereceu-me um contrato muito melhor, muito superior. E eu nessa altura tinha recusado um convite para jogar no Estrela Vermelha, que pouco depois foi campeão da Europa. São opções, não me arrependo de nada porque fui imensamente feliz em Portugal e no Salgueiros.

O que encontrou ao chegar a Portugal nesse inverno de 90?
Encontrei um campo cheio de lama (risos). Nem me queria acreditar. Até perguntei ao diretor se aquilo era o campo de treinos e ele disse-me ‘não, não, é aqui que o Salgueiros joga’. Nessa altura do ano chovia muito e tínhamos de ir treinar muitas vezes a um pelado em Rio Tinto. Nunca me habituei, não foram tempos fáceis, andava sempre arranhado. Aliás, o primeiro jogo que eu vi ao vivo foi um Peniche-Salgueiros, também num campo pelado. ‘Meu deus, onde eu me vim meter’. Aquilo era muito rápido, nada a ver com o futebol jugoslavo. Pensei que não ia ser nada fácil para mim. Nesse ano jogámos no Mangualde, Oliveira do Bairro, sempre em pelados. Mas, enfim, comecei a jogar, fomos campeões nacionais da II Divisão e subimos à primeira. Cheguei por empréstimo do Vojvodina e mais tarde, como subimos de divisão, assinei por mais três épocas.

Nesse ano de regresso à I Divisão, o Salgueiros consegue logo ficar em quinto e ir à UEFA.
Foi, a equipa era muito boa. O Filipovic soube escolher bem os jugoslavos e o resto da malta era tudo uma família. Éramos muito unidos, como se fossemos só um homem. O Salgueiros nunca pensou ser possível ficar no quinto lugar. Foi um sucesso fantástico. Nos outros clubes havia salários em atraso, no Salgueiros nunca tive um pagamento em falta. Tudo o que foi combinado comigo foi sempre cumprido.

Quem era o presidente do Salgueiros quando chegou?
Era o senhor Carlos Abreu. Depois ele saiu e entrou o José Linhares.

Na Taça UEFA foram eliminados pelo Cannes que tinha um miúdo chamado Zinedine Zidane.Não tivemos sorte nenhuma nessa eliminatória. Ganhámos 1-0 no Bessa e lá perdemos 1-0 também. Fomos eliminados nos penáltis. O Zidane, bem, já se via que era um grande jogador. Não enganava. Não era só ele. O Cannes tinha o Luis Fernandez e o Omam-Biyik, por exemplo. Era uma equipa forte e esses jogadores fizeram a diferença, mas o Salgueiros não foi inferior em nada.

VÍDEO: o resumo do Salgueiros-Cannes, com Milovac (nº6)

Nos anos 90 o Salgueiros teve muitos e bons jogadores oriundos da ex-Jugoslávia.
É verdade, muitos. Eu, o Dragan, o Djoincevic, o Nikolic, o Draskovic, o Lalic, o Zoran Hajdic… nem sei se me estou a esquecer de algum. A maior parte de nós chegou por intermédio do senhor Filipovic. Às vezes ele pedia-nos a nossa opinião sobre algum atleta e depois contratava-o. No caso do Zoran foi diferente. Não tínhamos lateral esquerdo e o mister Mário Reis perguntou-me se eu conhecia alguém. Então indiquei o Zoran.

Milovac (à esquerda) está radicado em Faro há quase 20 anos

Mantém amizade com esses ex-colegas de equipa?
Só com o Zoran, que está radicado em Aveiro. Dos outros perdi o contacto.

O Zoran Filipovic foi importante na sua carreira.
Muito. Foi por culpa dele que vim para Portugal. Foi um grande jogador, um grande avançado. E depois tornou-se um bom treinador. Era muito inteligente e calmo. Só uma vez é que perdeu a cabeça com o Sá Pinto.

Como foi isso?
O Sá Pinto era muito chato, queria saber tudo, andava sempre atrás dos jugoslavos. Era tão chato que um dia disse-lhe que ficava bem ele cumprimentar o mister Filipovic em jugoslavo. «Quando fores cumprimentar o mister diz-lhe ‘popuši mi kurac’». O Sá Pinto foi lá, disse-lhe isso e o Filipovic deu-lhe logo uma chapada (risos). O Sá pensava que aquilo era boa tarde, mas era… uma expressão engraçada, um palavrão. «Porquê, mister, porquê?» «Tu sabes o que me disseste, pá?» «Foi boa tarde, mister.» «Não foi nada!» O ambiente era ótimo no Salgueiros. Mas o Sá Pinto até me pode agradecer por ter ficado nos seniores do Salgueiros.

O Sá era bom jogador.
Eu gostava muito dele. Um dia apostámos qual dos miúdos é que devia ficar no plantel: ele ou o Renato. O Filipovic e o senhor Linhares queriam emprestá-lo ao Leça. Eu apostei no Sá e disse que ia ser um grande jogador, numa altura em que toda a gente o achava um maluquinho de primeira. O Djoincevic e o Nikolic apostaram no Renato, que era o oposto do Sá. Calmo, sabia o que fazia, nada maluquinho. Depois disso falei com o Filipovic e pedi-lhe para deixar o Sá Pinto no clube. Falei com o mister e com o senhor Linhares. E deu no que deu. Foi vendido ao Sporting e deu bom dinheiro ao Sporting.

E o Milovac nunca teve um convite para sair do Salgueiros?
Tive, tive. Em 1993 o senhor Carlos Queiroz convidou-me para ir para o Sporting. Fui ter com ele a um hotel que havia ao lado do Estádio de Alvalade. O problema é que eu estava à espera da nacionalidade portuguesa. Os papéis não estavam prontos, não sabiam quando iam estar e o Sporting decidiu não esperar pela minha naturalização. Acabou por contratar o Marco Aurélio que jogava no União da Madeira [mudou-se em 1994 para Alvalade]. Foi pena, porque depois resolvi essa situação. O meu amigo Vujacic, que tinha jogado comigo no Vojvodina, estava lá também.

Acabou por ficar mais uns anos no Salgueiros.
Renovei por três temporadas e mais duas para exercer um cargo pós-futebolista. O clube foi sempre tremendamente correto comigo. E eu tentei ser sempre correto com o Salgueiros.

Continua a seguir com atenção o Salgueiros?
Sim, sempre. Sou salgueirista. Todos os anos vou à gala que o clube faz e é sempre emocionante. Espero ver o clube em breve na divisão principal.

Milovac e os colegas campeões da II Divisão em 1990 foram homenageados em 2019

Qual foi a melhor exibição do Milovac em Portugal?
Fiz grandes jogos contra os maiores clubes. Lembro-me de um jogo em Alvalade. Em 1992 marquei um golo ao Sporting em casa, no Bessa. Lembro-me de ir ganhar 4-3 ao Benfica na Luz. Lembro-me de ganhar nas Antas ao FC Porto na mesma época de 96/97 e marquei um golo. Só tenho pena de não ter ficado no Salgueiros mais anos. Fiz mal. Nenhum clube me marcou tanto como o Salgueiros. Acredito que a entrada do treinador Carlos Manuel foi má para mim.

O Carlos não apostava em si para a equipa titular?
Ele entrou com o peito cheio, aberto, queria-se mostrar. Tirou logo da equipa o Pedro Espinha e a mim. Eu tinha sido sempre titular, tinha grande influência e aquilo marcou-me negativamente. Acho que havia outras razões por trás. O Filipovic [colega de Carlos Manuel no Benfica] sabia muitas coisas sobre ele e ele sabia que eu era muito amigo do Filipovic. Não vale a pena falar mais coisas sobre o Carlos Manuel. Mas acho que teve mais a ver com isso do que com a minha idade. Ele dizia que eu era velho… o Salgueiros estava mal, em 15º ou 16º, o Carlos acabou por me dar a titularidade e no último jogo, se o Abílio tivesse marcado o penálti em Faro, tínhamos ido outra vez à Taça UEFA. Reconquistei o meu lugar. Há coisas que não se explicam.

VÍDEO: o golo de Milovac ao FC Porto (40s, imagens RTP)

O que quer dizer com isso?
Dou um exemplo. Certo dia o Carlos Manuel entrou no balneário e disse que queria mudar os números das camisolas de toda a gente. Queria atribuir os números por sorteio. Eu tinha jogado com o número 6 toda a vida e não gostei, mas lá aceitei. O Carlos abriu um chapéu, cada um de nós pôs um papelinho com os números e fomos tirando os papelinhos com os números. Que número me calhou? O 6.

E com o Mário Reis teve boa ligação?
Dou-me bem com ele até hoje. Sempre que vou ao Porto tenho de estar com ele. Ele entrou em 1992, numa fase em que eu me tinha ausentado para ir ao funeral da minha mãe. O Mário entrou para o lugar do Filipovic e algumas pessoas disseram-lhe mal de mim, por eu ser muito amigo do Filipovic. Fiquei alguns jogos no banco, mas o Mário foi percebendo quem eu era e acabei por ser indiscutível com ele. Criámos uma grande amizade. No Salgueiros todos me ouviam, a minha voz era muito respeitada e o Mário Reis aproveitou isso muito bem. Bom homem, muito sincero.

O Milovac foi um central muito bom. Qual foi o avançado mais difícil que apanhou?
O Kostadinov era muito rápido, muito bom. O Iuran era fortíssimo, o Rui Águas jogava bem de cabeça e o Domingos Paciência era móvel, rápido, pequeno, difícil de marcar. Foram os quatro melhores.

Gostou de viver no Porto?
Estou sempre a chorar pelo meu Porto. Vim aqui para o Algarve, mas senti desde o início que as pessoas são diferentes. No Porto são logo mais abertas, recebem bem. Em Faro é preciso muito tempo para ganhar a confiança das pessoas. E no Porto havia tudo e Faro parecia uma aldeia. Fui-me habituando, aprendi a gostar e ainda hoje estou aqui. A malta do Porto era espetacular. No Salgueiros íamos todos tomar café mesmo ao lado do campo. O Best, um dos guarda-redes, era o mais falador e fazia a festa à mesa. Era muito simpático e brincalhão.

O balneário do Salgueiros era especial, percebe-se. Conte-nos uma história engraçada para a despedida.
Uma vez o Nelson chegou com um fato todo bonito para o treino. Tinha botões de punho e tudo. O rapaz parecia que tinha ali um tesouro. Quando acabou o treino, o Nelson quis vestir o fato e não conseguiu (risos). Eu saquei os botões de punhos e dei nós por todo o lado. Muito boa pessoa, o grande Nelson. Obrigado, um abraço para todos.

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