Maisfutebol

Maradona, 60 anos de genialidade: dez histórias sobre o 10 de outro planeta

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Mundial 86: campeón, campeón (foto Atlântico Press/Picture Alliance/DPA)

1. O poeta que o acompanhava no ataque

JORGE VALDANO

Poucos foram capazes de saltar dos relvados para as páginas das Letras e aumentar de nível. Jorge Valdano será, até, exemplar único. Avançado bom, sim senhor, até campeão do mundo em 1986 aos ombros do génio de Diego Armando Maradona. Mas a escrever, ui, Valdano é ele próprio um génio. Há uns anos, saiu-se com esta:

«Michael Jordan? Joguei com ele. Era gordo e baixo. Chamávamos-lhe Maradona.» E histórias com o Pelusa? Inúmeras, intermináveis. Aqui vai uma.

«No Mundial de 1986 éramos três avançados na seleção argentina: eu, o Burruchaga e o Maradona. O treinador dava-nos ordens para, quando acabássemos qualquer jogada de ataque, virmos a correr para defendermos de imediato. Só que vínhamos sempre os mesmos dois defender: eu e o Burruchaga. Uma vez perguntei ao treinador [Bilardo] por que é que o Maradona não defendia e ele respondeu-me: ‘Porque é o Maradona. Tu tens de correr mais do que ele: tens de correr por ti e um bocado por ele’. E eu corri. Corri ainda mais. O maestro tinha toda a razão.»

VÍDEO: Maradona inicia o golo de Valdano à RFA

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Estátua de Maradona

2. Os Beatles a amar a música dos Los Piojos

RICARDO BOCHINI

«Só tenho um ídolo. É o Bocha, número dez do meu Independiente.»

Bocha é o diminutivo de Ricardo Bochini e o autor da sentença é o herói da nossa história, Diego Maradona. Como é ser o ídolo do maior dos maiores, do mais perfeito dos abençoados? Ricardo Bochini nunca soube lidar muito bem com a pressão dessa inestimável honra.

«É como se os Beatles amassem a música dos Los Piojos [banda rock da Argentina]. Não faz grande sentido para mim», desabafo um dia Bochini, envergonhado, ao Maisfutebol.

Bochini foi a grande figura do Independiente, mas só conseguiu estar num Campeonato do Mundo. Em 1978 não foi convocado e em 1982 lesionou-se à última da hora. Em 1986, lá esteve no México, por imposição do fã Maradona.

«Sei que joguei seis minutos nesse Mundial do México porque o Maradona assim o exigiu. Em 86 tinha 32 anos e as pernas já cansadas. O Maradona convenceu o Carlos Bilardo a convocar-me. Contra a Bélgica, o Diego fez os dois golos da vitória e perto do fim disse ao treinador para me meter em campo. Saiu o Burruchaga, outro craque. Pisei a relva e o Diego veio a correr para mim. Faça o favor Maestro, a bola é sua

Foi o único jogo oficial que fizeram juntos: seis minutos para a História.

VÍDEO: os únicos de Bochini com Maradona


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Maradona no Cebollitas

3. 137 jogos sem perder nos Cebollitas

OS CEBOLLITAS

Pela mão do amigo Goyo Carrizo, Dieguito chegou com nove anos aos Cebollitas. Na Argentina, governada pelo regime peronista, os jogadores só se podiam federar com 14 anos e por isso os mais pequenos jogavam apenas em torneios amigáveis. O Argentinos Juniors entregou essa sua representação nas mãos de Francis Cornejo e o treinador andou com os seus meninos a bater recordes por todo o país.

Os Cebollitas estiveram 137 jogos sem perder. Só perderam uma vez, aliás. «Em Santiago Ballesteros, num pueblo chamado Pinto», contou Jorge Carrizo, o irmão de Goyo e amigo de Maradona, ao Maisfutebol por altura do 50º aniversário de Maradona.

Já aí, ainda antes de entrar na puberdade, Diego detestava perder. «Diziam que os nossos adversários nesse dia tinham bigode. É normal. Na província registavam-se as crianças quando às vezes já tinham quatro ou cinco anos. No final um senhor da aldeia convidou-nos a comer em casa dele. O Pelusa estava a chorar e esse senhor disse-lhe: ‘Não chores, que ainda vais ser o melhor do mundo’. O Diego ainda hoje conta essa história. Foi uma frase que o marcou para toda a vida.»

VÍDEO: Maradona e os Cebollitas


4

4. Ivkovic ganha duas apostas nos penáltis

TOMISLAV IVKOVIC

«Lembro-me que, quando ele chegou a Alvalade, vinha gordo, com barba. Tinha-se atrasado aos treinos no Nápoles, estava mesmo mal. Começou no banco mas, quando entrou, Alvalade ficou em silêncio, tudo com medo.»

As palavras são de Tomo Ivkovic, antigo guarda-redes do Sporting, e referem-se ao célebre duelo dos leões contra o Nápoles para a Taça UEFA 1988/1989. Empate a zero bolas em Alvalade e empate a zero bolas no San Paolo. Tudo para resolver no desempate por penáltis.

«Quando chegaram as grandes penalidades, fiz uma aposta num momento decisivo e inesperado. Lembrei-me. Cheguei ao pé do Maradona e saiu-me aquilo. O Maradona ficou surpreendido e o árbitro também. Apostei 100 dólares em como ia defender. Era o quinto penálti e defendi mesmo! No final do jogo, ele foi ao nosso balneário com a camisola 10 e o dinheiro.»

O Sporting acabou por cair nesse desempate, mas Ivkovic não desarmou. Nos quartos-de-final do Mundial de 1990, o Argentina-Jugoslávia voltou a acabar com um nulo e os penáltis foram decisivos.

«Um jornalista alemão veio entrevistar-me antes do jogo e disse-lhe que ia defender de novo um penálti, se acontecesse, mas que teria de ser o Maradona a dizer o que queria apostar. O jornalista foi falar com o Maradona, mas ele disse que não haveria aposta. A verdade é que o Maradona falhou de novo! Estava nervoso. Eu fingi que me ia atirar para o mesmo lado que me atirei frente ao Nápoles, mas fui para o outro. Ele rematou para lá e caiu-lhe o Mundo! Infelizmente, nós falhámos três penalties e saímos do Mundial.»

«Defendi dois penálties do Maradona e perdi das duas vezes! É incrível mas é futebol.» É Maradona, caro Ivkovic.

VÍDEO: os penáltis defendidos por Ivkovic a Maradona

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«Nada se compara, sou um beneficiário direto do Golo do Século»

5. «De qué planeta viniste?»

VICTOR HUGO MORALES

«La va a tocar para Diego, ahí la tiene Maradona, lo marcan dos, pisa la pelota Maradona, arranca por la derecha el genio del fútbol mundial, deja el tendal y va a tocar para Burruchaga...»

«¡Siempre Maradona! ¡Genio! ¡Genio! ¡Genio! Ta-ta-ta-ta-ta-ta-ta-ta... Gooooool... Gooooool... ¡Quiero llorar! ¡Dios Santo, viva el fútbol! ¡Golaaazooo! ¡Diegoooool! ¡Maradona! Es para llorar, perdónenme...» «Maradona, en recorrida memorable, en la jugada de todos los tiempos... Barrilete cósmico... ¿De qué planeta viniste para dejar en el camino a tanto inglés, para que el país sea un puño apretado gritando por Argentina?»

«Argentina 2 - Inglaterra 0. Diegol, Diegol, Diego Armando Maradona... Gracias, Dios, por el fútbol, por Maradona, por estas lágrimas, por este Argentina 2-Inglaterra 0.»


12 toques, 44 passos e 10,6 segundos do génio de Diego Armando Maradona nas imortais palavras de Victor Hugo Morales. Argentina-Inglaterra, Mundial do México em 1986, a Jogada de Todos os Tempos.

«Foi instinto, foi coração, foi o risco que aceitei correr. Nós, os narradores, somos um pouco loucos. Estamos sempre a exagerar. Quando há um Campeonato do Mundo tudo é o universo, os planetas, o infinito, a eternidade, a glória eterna. Os Mundiais têm uma presença galática na nossa vida. A imensidão do espaço saúda os deuses», disse Victor Hugo Morales, um homem com o dom da oratória, ao Maisfutebol no passado mês de junho.

«Estarei para sempre ligado a essa jogada e sou um beneficiário direto dela. Tive a sorte de relatar esse golo e esse relato ficou emparelhado à maravilha que Maradona fez no relvado. Estou agradecido à vida por me ter colocado ali naquele momento.»

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Argentina Inglaterra 1986

6. «Depois do meu passe, era difícil Maradona falhar»

HECTOR ENRIQUE

A piada é contada sempre que se celebra O Golo do Século. O tal golo narrado por Victor Hugo Morales no Azteca. O último homem a tocar na bola antes dela chegar a Maradona foi Hector Enrique. Ainda no meio-campo da Argentina, com a simplicidade a que as limitações de Enrique o obrigavam.

«Continuo a dizer que, depois do meu passe, o mais difícil era Maradona falhar aquele golo», disse ao Maisfutebol o antigo médio, executante modesto e que mais tarde viria a ser adjunto do próprio Maradona.

«Por acaso, nos treinos da selecção, repetimos a jogada e o Maradona não conseguiu fazer o mesmo. Ou seja, o meu passe foi mesmo importante. Foi um orgulho ter entrado na história desse Deus do futebol. Lembro-me que tinha 14 anos e estava como adepto no estádio do Lanus. Ele tinha 16 e já jogava na primeira equipa do Argentinos Juniors. Houve empate, 1-1, com um golo dele. Fiquei encantado pelo Maradona desde esse dia. Queria ser como ele, fazer um pouco do que ele fazia.»

VÍDEO: a «assistência» de Enrique para O Golo do Século


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Maradona (Reuters)

7. O Carniceiro de Bilbau ataca Maradona

ANDONI GOIKOETXEA

A 24 de setembro de 1983, no Camp Nou, Diego Armando Maradona sofreu talvez a falta mais violenta de toda a carreira. Goikoetxea, o Carniceiro de Bilbau, entrou de sola e provocou uma fratura no tornozelo de Maradona, com rotura dos ligamentos.

«Já passou muito tempo, mas lembro-me bem. As imagens estão aí na internet. O jogo já estava quente, tentei chegar à bola e fui com tudo. Não tinha a intenção de o magoar, mas aconteceu. Ele esteve três meses sem jogar, mas depois voltou. Voltei a jogar com ele na final da Taça do Rei, foi o último jogo dele pelo Barcelona», recordou Goikoetxea ao Maisfutebol.

«Claro que voltámos a falar, muitas vezes. Falei com ele pouco depois do incidente e depois encontrámo-nos mais vezes. O Diego depois voltou ao futebol espanhol, para jogar pelo Sevilha, além disso já estivemos juntos em algumas entrevistas cruzadas. Não ficou qualquer rancor.»

No ano seguinte, o Barcelona de Diego e o Athletic Bilbao de Goikoetxea também disputaram a final da Taça do Rei. O jogo acabou com uma batalha campal. O Carniceiro voltou a atacar.

VÍDEO: a entrada assassina de Goikoetxea

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Gatti e Maradona, 1980

8. Parrillada e um remate à trave: a estreia aos 15 anos

RUBEN GIACOBETTI

20 de outubro de 1976. O futebol argentino desperta boquiaberto para o talento de um talento de 15 anos, ainda com acne na cara. Dieguito Maradona é chamado para o banco de suplentes do Argentinos Juniors e ao intervalo é lançado pelo treinador Juan Carlos Montes. No balneário fica o homem que, sem saber, entrava também ele para a História.

«Fui de minha casa para a concentração e comemos uma parrillada. Foi a primeira vez que vi o Diego, porque ele nem sequer treinava connosco ainda. Calado, tímido, ficou num canto da mesa, a cantar baixinho. Não parecia nada nervoso. Saí ao intervalo e ele entrou, estávamos a perder 1-0. Tomei banho e fui para a bancada ver o jogo. Mal cheguei à bancada falaram-me logo do Dieguito. A equipa até estava a jogar mal, mas a bola tornava-se distinta ao chegar a ele. Fez um túnel ao Juan Cabrera logo a começar e ainda mandou uma bola à trave, à entrada da área.»

O diário Clarín analisou assim a exibição daquele rookie ainda desconhecido: «A entrada do chico Maradona, 15 anos apenas, deu maior mobilidade ao ataque do Argentinos. Mas Maradona, um jogador muito habilidoso, não teve com quem trocar a bola. Ninguém o soube acompanhar. Os seus intentos acabaram, geralmente, na férrea marcação do Talleres.»

VÍDEO: a estreia de Maradona, aos 15 anos


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Jogo das lendas da FIFA (Reuters)

9. Pitons no baixo ventre de Batista

JOÃO BATISTA

O primeiro Mundial de Maradona não foi bom. Foi mau, aliás, se nos lembrarmos de quem estamos a falar. Diego até fez dois golos à Hungria e levou a Argentina à 2ª fase, mas aí perdeu claramente contra a Itália e o Brasil. Maradona despediu-se com uma derrota e um cartão vermelho. A cinco minutos do fim, e já a perder por 3-0, o mago dos magos atingiu Batista no baixo ventre, com os pitons.

«Eu tinha acabado de entrar. Não sei o que lhe deu na cabeça. Foi nervosismo. Ele nunca foi de fazer aquilo. É o único caso do género. Por isso ainda se fala tanto do lance. Mais até do que o jogo. Nem estávamos a queimar tempo. Foi descontrolo emocional. Ele era a esperança argentina. Eram campeões do mundo, e ele tinha entrado para valorizar a equipa. Viu-se fora do Mundial naquele momento. E quando mete Argentina e Brasil, perder custa o dobro», disse Batista, antigo médio do Brasil, ao Maisfutebol.

Maradona teria de esperar mais quatro anos para alcançar o reconhecimento eterno. No total, o argentino fez 21 jogos e oito golos em Campeonatos do Mundo, o seu habitat natural, o mês em que todos os dias são domingo, como escreveu o amigo Jorge Valdano.

VÍDEO: a falta violenta de Maradona sobre Batista


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Mundial 1978: Kempes (10) marca pela Argentina na final com a Holanda (foto Atlântico Press/Press Association)

10. Os «10» do Boca e do River à mesma mesa

MARIO KEMPES

O último herói argentino antes da era-Maradona foi Mario Kempes. O ponta-de-lança marcou seis golos na corrida para o título mundial de 1978 e brilhou cinco anos no Valência antes de decidir voltar à Argentina, para o River Plate, em 1981. À chegada teve uma surpresa inesquecível.

«Quando assinei pelo River Plate, o Maradona tinha acabado de chegar ao Boca Juniors. Eu vinha do Valência, de Espanha, e ele vinha do Argentino Juniors. Poucos dias depois de assinar, recebi uma chamada: Maradona queria convidar-me para ir almoçar a casa dele e para levar toda a minha família. Fez um grande banquete, onde também estava o Jorge Cysterpiller, que na altura era agente dele, para me dar as boas-vindas ao rival do Boca Juniors», contou Mario Kempes, El Toro, ao Maisfutebol.

«É uma grande pessoa, muito amigo. Comemos, rimos, passámos um bom tempo e no final tirámos uma foto, eu com a camisola dez do River e ele com a camisola dez do Boca.»

Kempes ainda jogou o Mundial de 1982 ao lado de Maradona, mas em 1986 – já com 32 anos e a atuar no pequeno Hércules – não mereceu a chamada de Carlos Bilardo.

VÍDEO: Maradona e Kempes em 1981


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