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Rio Ave em mais um jogo de pré-temporada

Análise

Foi um defeso fora do comum em Vila do Conde, onde de caminho o Rio Ave fez história, ao eleger a primeira mulher presidente de um clube profissional em Portugal. Alexandrina Cruz chegou e teve de gerir um problema que vinha de trás – o Rio Ave está proibido de inscrever jogadores, um castigo imposto pela FIFA por causa de um processo relacionado com o avançado Fabrice Olinga. A pena foi confirmada em meados de julho, apesar de reduzida a multa, e prolonga-se até ao fim de 2023. Ou seja, reforços só no mercado de janeiro.

Perante estas circunstâncias, o clube virou-se para dentro. Renovou com alguns dos principais elementos, desde logo os veteranos Vítor Gomes e Ukra, fez regressar jogadores que estavam emprestados – como o experiente avançado Zé Manuel ou o lateral Namora -, e assume que a aposta em promessas da formação será acelerada.

Na pré-época, Luís Freire já recorreu a vários jogadores dos escalões jovens. «Os nossos reforços já estão cá dentro. Tenho jogadores de qualidade, que se conhecem bem e têm crescido. Acredito neles e na capacidade que têm», diz o treinador.

Para já também não saíram peças fundamentais, embora esse cenário possa ainda alterar-se até ao fecho do mercado, com o clube a admitir que o equilíbrio da gestão passa por eventuais vendas. Além de Samaris, que deixou o Vila do Conde no fim do contrato, o Rio Ave perdeu apenas os emprestados Paulo Vítor e Miguel Baeza, cujo regresso ainda estará em cima da mesa.

Depois de uma temporada mais ou menos tranquila de regresso à Liga e de garantida também a continuidade do treinador Luís Freire, os sinais que chegam de Vila do Conde são de estabilidade, apesar das circunstâncias. Ainda que a equipa já tenha falhado um dos objetivos da época, com a eliminação na segunda ronda da Taça da Liga, frente ao Arouca.

Treinador: Luís Freire

Objetivo cumprido em 2022/23, contrato renovado até 2025. Luís Freire inicia a terceira temporada no Rio Ave a consolidar o projeto que começou por liderar no regresso à Liga, fazendo justiça à fama que o precedia.

Desde que se estreou nos bancos, com apenas 26 anos, Luís Freire fez um percurso sólido, reforçado por nada menos que sete subidas de divisão: no Ericeirense, no Pêro Pinheiro, depois no Mafra e ainda no Nacional, antes do Rio Ave. Pelo meio teve uma passagem pelo Estoril, que deixou a meio da época na II Liga. Também não terminou a segunda temporada na Madeira, no banco do Nacional.

Na época passada conduziu o Rio Ave a bom porto, com boas ideias em campo. É aos 37 anos um dos mais jovens treinadores da Liga e continua a demonstrar em Vila do Conde a abordagem positiva que caracterizam o seu percurso e uma consistência que vai para lá do rótulo de especialista em subidas.

Atenção a: Jorge Karseladze

Não há reforços em Vila do Conde, o que acelera o lançamento de jogadores da formação. No caso de Jorge Karseladze, Luís Freire começou a preparar a aposta ainda na época passada, estreando o jovem lateral na reta final da Liga.

«O Karse ainda é junior, tem muita qualidade, vai ter o seu espaço. Não é para amanhã, mas estamos atentos. É tecnicamente forte, tem muito caminho para fazer», disse então o treinador. «Ele ainda é júnior e vamos ver aquilo que pode acontecer, mas isto dá-lhe bastante mais preparação para a próxima temporada», afirmou ainda Luís Freire, admitindo que esse tinha de ser o caminho do Rio Ave, nas atuais circunstâncias: «Há que arranjar soluções cá dentro, preparar todos os contextos e fazer evoluir estes jovens o mais rápido possível.»

Depois de ter feito dois jogos pela equipa principal na época passada, Karseladze assinou contrato profissional no defeso, ficando ligado ao clube até 2027. O jogador de 18 anos viveu outro momento especial neste verão, quando se estreou pela seleção sub-19 da Geórgia. Nascido em Portugal e formado no Rio Ave, é uma promessa a crescer em Vila do Conde.