O Vitória parte para a nova época com o objetivo de reforçar a posição na Liga, mas também a lamber as feridas da eliminação na primeira barreira de acesso à Liga Conferência, um golpe duro nas aspirações do clube.
Esse afastamento, decidido nos penaltis frente aos eslovenos do Celje depois do triunfo fora de casa na primeira mão, coloca pressão adicional sobre a equipa, mas é também um alerta, diz o treinador: «Vai ser uma lição para o resto da época», afirmou Moreno.
Na pré-temporada, o clube procurou compensar algumas saídas e acrescentar profundidade ao plantel. Além de Ibrahima Bamba, transferido para o Qatar, também deixaram Guimarães opções regulares como Anderson Silva, Nicolas Janvier ou Mikey Johnston. Em cima do arranque da Liga ficou confirmada uma saída de peso, a do central André Amaro. O internacional sub-21 rumou ao Qatar, para trabalhar às ordens de Leonardo Jardim.
Bamba e Amaro representam baixas importantes e também encaixes significativos, numa pré-época em que o Vitória viu reduzido o impacto previsto da parceria com a V Sports, a dona do Aston Villa, anunciada na temporada passada. A empresa teve de reduzir a participação na SAD e o investimento previsto por força das regulamentações da UEFA, com os dois clubes na mesma competição europeia.
O foco no mercado centrou-se em jogadores portugueses com provas dadas, com regressos notórios a Portugal, como os de Nuno Santos, que estava nos Estados Unidos, ou do defesa Tomás Ribeiro, que chega do Grasshopers. Chegou ainda o médio João Mendes, ex-Chaves, para já o único reforço utilizado nos jogos oficiais da nova época. E o lateral Ricardo Mangas, ex-Boavista, que sofreu no entanto uma lesão na pré-temporada e pode estar afastado até outubro. Um revés nos planos de Moreno.
Do Tondela chegou ainda uma promessa - o médio Telmo Arcanjo, eleito melhor jovem do ano da II Liga na época passada. Para já, a lista de reforços completa-se com o avançado Adrián Butzke, que na época passada representou o Paços Ferreira, e com o guarda-redes brasileiro Charles, de volta a Portugal depois de ter representado o Marítimo e o Vizela.
É com uma equipa jovem e com o plantel mais português da Liga que o Vitória procura cerrar fileiras e encarar o arranque do campeonato como um novo começo de época, de novo de olho na qualificação europeia. O futuro começa já no domingo, na visita ao recém-promovido Estrela.
Classificação da época passada: 6º
Melhor classificação: 3º (4 vezes, a última das quais em 2007/08)
Presenças na I Divisão: 78
Objetivo: Primeira metade da tabela, de olho no apuramento europeu
Foi aposta do Vitória na época passada, para a estreia como treinador na Liga, depois de uma curta experiência de dois jogos como interino. Levou a equipa ao sexto lugar e à qualificação europeia, cumprindo o objetivo principal.
Foi uma aprendizagem em andamento para aquele que foi uma referência do clube enquanto jogador, com mais de 200 jogos com a camisola vimaranense. Depois de terminar a carreira manteve-se ligado ao Vitória, primeiro como treinador-adjunto e depois à frente da equipa B, onde estava quando foi chamado para assumir o leme após a saída de Pepa no decorrer da pré-temporada.
A completar a formação de treinador com o curso UEFA Pro, tal como Filipe Martins (Casa Pia) e Luís Freire (Rio Ave), Moreno encara agora o arranque da Liga com menos margem de tolerância por parte da exigente massa associativa vitoriana, depois do afastamento na pré-eliminatória da Liga Conferência.
O treinador assumiu a responsabilidade pela eliminação e mostrou-se apostado em recuperar mentalmente a equipa para o que aí vem. «Vamos voltar já ao trabalho amanhã para preparar a primeira jornada, porque abordar um campeonato com a exigência do nosso com a frustração que existe não é o caminho», disse logo naquela noite.
Entradas: Telmo Arcanjo (Tondela), João Mendes (Desp. Chaves), Charles (Olympiakos Nicosia), Ricardo Mangas (Boavista), Adrián Butzke (Granada), Nuno Santos (Charlotte FC), Tomás Ribeiro (Grasshoppers)
Saídas: Roya Ogawa (fim de empréstimo, regressa ao FC Tokyo), Mikey Johnston (fim de empréstimo, regressa ao Celtic), Hélder Sá (Radomiak Radom, por empréstimo), Anderson Silva (Alanyaspor), Nicolas Janvier (Alanyaspor), Matous Trmal (Mladá Boleslav), Ibrahima Bamba (Al Duhail), André Amaro (Al Rayyan)
Nuno Santos assume que pretende relançar a carreira neste regresso a Portugal, agora com a camisola do Vitória. Aos 24 anos, o médio deixou os Estados Unidos e rumou a Guimarães em busca dessa oportunidade.
«É o passo perfeito para poder relançar a carreira», disse à chegada a Guimarães: «Este será claramente o maior desafio da minha carreira como sénior. Também foi um grande desafio jogar nos Estados Unidos, mas isso é incomparável com esta mudança, com um clube com a dimensão do Vitória.»
Natural do Porto, Nuno Santos começou por dividir a formação entre o Boavista e o FC Porto, antes de rumar a sul e ao Benfica. No Seixal passou pelos iniciados, pelos juvenis e pelos juniores, com uma cedência ao Belenenses pelo meio. Estreou-se na equipa B das águias em 2017/18 e ao fim de duas épocas e meia foi cedido ao Moreirense. Seguiu-se o Boavista e depois o Paços Ferreira, para aquela que foi a sua temporada mais consistente como sénior, com 38 jogos e seis golos marcados.
Com mais de 30 internacionalizações pelas seleções jovens, o médio desvinculou-se do Benfica em 2022 e assinou pelo Charlotte FC, mas a passagem pela MLS traduziu-se em apenas nove jogos, divididos por duas temporadas.
Bruno Varela;
Tounkara, Tomás Ribeiro, Mikel Villanueva;
Miguel Maga, Tomás Handel, Dani Silva, João Mendes, Afonso Freitas;
André Silva, Jota Silva