A mudança de treinador, com a escolha a cair num técnico que chega de novo ao futebol português, uma nova administração e um defeso marcado por saídas importantes lançam algumas incógnitas sobre o que será a época do Vizela. Para já, entrou muita gente, reforçando a diversidade geográfica de um plantel que é uma espécie de nações unidas, com 16 nacionalidades diferentes.
O Vizela fez um campeonato tranquilo na época passada, apesar da troca de treinador e da saída do histórico Álvaro Pacheco. No fim das contas, melhorou o 14º lugar da temporada anterior e alcançou aliás a melhor classificação de sempre do clube em três presenças na Liga, mas isso não foi suficiente para que Tulipa ficasse.
Além do treinador, deixaram Vizela jogadores como Raphael Guzzo e Kiki Afonso, referências da equipa desde a subida à Liga, ou o lateral Igor Julião, o médio Claudemir e o avançado Osmajic, melhor marcador da época passada. Ou ainda o central Ivanildo, que saiu depois de ter jogado 90 minutos em cada uma das duas partidas do Vizela na atual edição da Taça da Liga. Os responsáveis do clube assumiram como objetivo evitar mais saídas de jogadores referência da última época, mas com o mercado aberto até final de agosto as alterações podem não ficar por aqui.
Além do central João Escoval, de regresso a Portugal, do lateral ucraniano Orest Lebedenko, do médio Rafael Bustamente, o Vizela focou-se em vários reforços para a frente, com Jardel, que se destacou na época passada no Feirense, o espanhol Unzueta e o francês Essende como novas opções para o eixo do ataque. Chegou também o extremo congolês Dylan Saint-Louis. E Pablo Villar tem ainda como reserva a equipa sub-23 – para onde chegou por exemplo o jovem médio Diogo Nascimento, ex-Benfica, já integrado entretanto na equipa principal.
Depois de ter superado o Marítimo na primeira ronda da Taça da Liga, o Vizela foi eliminado pelo Aves SAD. No final, Pablo Villar disse que há muito trabalho pela frente. Mas o calendário não espera e o Vizela tem um arranque de fogo na Liga. Começa pela visita ao Sporting, seguem-se confrontos com os «europeus» Arouca e V. Guimarães e à quinta jornada recebe o Benfica.
Classificação da época passada: 11º
Melhor classificação: 11º (2022/23)
Presenças na I Divisão: 3
Objetivo: Melhorar o 11º lugar da época passada
Entradas: Iker Unzueta (Logroñés), Jardel (Feirense), Francesco Ruberto (FC Schaffhausen), Orest Lebedenko (Deportivo da Corunha), Nikola Bursac (Backa Topola), Rafael Bustamante (Deportivo Cali), João Escoval (Volos), Samuel Essende (Caen, empréstimo), Dylan Saint-Louis (Hatayspor)
Saídas: Igor Julião (Marítimo), Kiki Afonso (Ural), Claudemir, Osmajic (fim de empréstimo, regressa ao Cádiz), Haidara, Luiz Felipe (Farense), Friday Etim (Mafra), Raphael Guzzo, Pedro Ortiz (fim de empréstimo, regressa ao Sevilha), Ivanildo (Ittihad Kalba), Alexander Schmidt
«Gosto de criar. Falei com outros jogadores em Portugal e disseram-me que o FC Vizela joga bom futebol. Disseram-me que se queria jogar futebol, devia vir para Vizela.» Assim se apresentou Dylan Saint-Louis, um dos destaques entre vários reforços do Vizela para o ataque.
Internacional congolês, Saint-Louis nasceu em França e foi lá que fez todo o percurso. Chegou a sénior no Saint-Etiènne, onde somou aquela que é até agora a única presença na Ligue 1. Depois passou por Evian, Laval e Paris FC, antes de rumar à Bélgica para representar o Beerschot. O Troyes, onde ganhou regularidade e festejou o título da Ligue 2 em 2020/21, foi o seu último clube em França.
Rumou de seguida à Turquia e depois de uma boa primeira época no Hatayspor, com 38 jogos e cinco golos marcados, viu a segunda temporada abreviada por causa do terramoto que afetou a região de Hatay e levou o clube a interromper a participação no campeonato. «Não joguei os últimos três meses da época. Como jogadores estamos habituados a estar de fora por lesão, mas quando não jogamos por isto é mais difícil aceitar», disse.