O projeto do Famalicão passa por rentabilizar jogadores, apresentando uma proposta sólida em campo e com objetivos ambiciosos. Na época passada voltou a vacilar e a mudar de treinador, acabando por conseguir terminar de novo na primeira metade da tabela, como todas as restantes temporadas desde a subida à Liga em 2019. Já conseguiu neste defeso um encaixe significativo, com a transferência de Alexandre Penetra para o AZ Alkmaar, e há mais saídas na forja, desde logo Iván Jaime, outra das referências da última temporada, que não foi opção na pré-época. O reverso da medalha é maior indefinição na preparação.
O treinador João Pedro Sousa deixou esse alerta depois do primeiro jogo da temporada, quando o Famalicão foi afastado na ronda inaugural da Taça da Liga pelo Belenenses, lamentando a indefinição na chegada de novos jogadores. «Temos de melhorar bastante o plantel. Tem de melhorar ao nível das nossas ambições», afirmou, deixando a constatação óbvia para uma equipa com ambições também nas outras competições e que na época passada chegou às meias-finais da Taça de Portugal: «Numa época em que temos muitas ambições em todas as provas, logo no primeiro dia caímos numa das competições.»
O Famalicão reforçou-se com o avançado Henrique Araújo, que chega por empréstimo do Benfica, e vários outras apostas de futuro, como o central neerlandês Justin de Haas e os médios Mirko Topic, internacional sérvio, e Otso Liimatta, internacional pelas seleções jovens da Finlândia. Também garantiu em definitivo Francisco Moura, contratado ao Sp. Braga, tal como o central Otávio, depois de empréstimo do Flamengo, e o extremo Alex Dobre, que estava cedido pelo Sp. Gijón. Há outra boa notícia em Famalicão, a recuperação do avançado Puma Rodríguez, após longa ausência de oito meses por lesão.
Na semana que antecede a Liga o clube fechou de resto outros negócios que estavam pendentes, com a chegada do médio francês Tom Lacoux, do lateral Nathan e do jovem extremo espanhol Óscar Aranda, que chega do Real Madrid.
Resta ver se essas contratações serão opção para o arranque imediato da Liga, que será exigente para o Famalicão, com pontapé de saída em Braga e visita a Alvalade na terceira jornada.
De resto, o Famalicão tem muito por onde «pescar» dentro de casa, depois de uma época em que os juniores conquistaram o campeonato nacional, ganhando direito à presença na Youth League, e a equipa sub-23 terminou no segundo lugar da Liga Revelação. Exemplos para a equipa principal, cujo projeto continua a apontar alto, à presença nas competições europeias.
Classificação da época passada: 8º
Melhor classificação: 6º (2019/20)
Presenças na I Divisão: 10
Objetivo: Consolidar posição na Liga e ambição europeia
Em setembro, o Famalicão tinha apenas quatro pontos ao fim de sete jornadas. O mau arranque sob o comando de Rui Pedro Silva, o treinador que na época anterior tinha chegado a meio para corrigir ele próprio um início de época abaixo das expectativas, levou o clube a virar-se para uma cara conhecida.
E assim se deu o regresso de João Pedro Sousa, o treinador que em 2019/20 tinha levado o Fama ao sexto lugar, a melhor classificação de sempre do clube. Antigo adjunto de Marco Silva, João Pedro Sousa passou então com distinção na sua primeira experiência a solo. Mas a temporada seguinte também não começou bem e acabou por sair.
Em 2021/22, dividiu a época entre o banco do Boavista e os sauditas do Al Raed. No regresso a Famalicão, conduziu uma recuperação que levou a equipa do 16º ao oitavo lugar final. E continuou, para começar nova época à frente daquele que continua a ser um projeto ambicioso.
Entradas: Mirko Topic (Vojvodina), Justin de Haas (NK Lokomotiva), Henrique Araújo (Benfica, por empréstimo); Otso Liimatta (AC Oulu), Tom Lacoux (Bordéus, empréstimo), Nathan (Santos, empréstimo), Óscar Aranda (Real Madrid).
Saídas: Diogo Queirós (Farul Constanta), Ivo Rodrigues (Al Khaleej), Pelé (fim de empréstimo, regressa ao Mónaco), Denilson Jr. (Avaí), Heriberto Tavares (Estoril), Rui Fonte (P. Ferreira), Alexandre Penetra (AZ Alkmaar), Pedro Brazão (Bodrumspor), Colombatto (fim empréstimo Leon)
Depois de uma passagem discreta pelo Watford, Henrique Araújo voltou a deixar o Benfica, cedido agora ao Famalicão. Aos 21 anos, o avançado que se destacou como uma das grandes promessas do Seixal tem nova oportunidade de crescer longe da Luz, agora em Portugal e num clube que teoricamente pode ajudar no seu enquadramento e no objetivo de confirmar o potencial.
«É uma excelente oportunidade, porque eu não fiz assim tantos jogos na I Divisão, e acho que este é um excelente desafio. É uma equipa que joga futebol ofensivo, organizada, que tem objetivos que se adequam àquilo que eu pretendo», disse o novo número 9 do Famalicão à chegada: «Acho que vai ser uma boa experiência.»
A profusão de opções de Roger Schmidt para o ataque e a explosão de Gonçalo Ramos taparam os caminhos da primeira equipa a Henrique Araújo, o avançado natural da Madeira que cresceu no Marítimo. Saiba mais sobre ele aqui.
Protagonista da conquista da Youth League em 2022, com o hat-trick na final, Henrique Araújo chegou à equipa principal do Benfica ainda nessa temporada e voltou a integrá-la com Roger Schmidt, mas foi cedido em janeiro, depois de 14 jogos e dois golos pelas águias. No Watford foi utilizado em apenas oito partidas no Championship. No verão esteve com Portugal no Europeu sub-21, saindo do banco em todos os quatro jogos da campanha da seleção nacional, que terminou nos quartos de final.
Luiz Junior;
Martin; Riccieli, Otávio, Francisco Moura;
Zaydou, Gustavo Assunção;
Puma Rodríguez, Gustavo Sá, Pablo;
Jhonder Cadiz