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FC Porto: a garantia que começa no banco

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FC Porto-Cardiff (RICARDO NASCIMENTO/LUSA)

Análise

O FC Porto continua a ter Sérgio Conceição e essa é a primeira garantia de que terá uma equipa competitiva, a lutar até ao fim por cada objetivo. Não é pouco, como provaram estes seis anos do treinador no banco portista. Será assim de nova nesta temporada, com exigência máxima quando apenas o título de campeão vale a entrada direta na Liga dos Campeões e com apostas fortes dos rivais, a começar pelo campeão Benfica. O defeso no Dragão foi bem menos exuberante do que na Luz, mas por outro lado foi bem mais tranquilo do que nos últimos anos.

A continuidade das principais referências da equipa é mesmo o principal destaque da preparação do FC Porto para 2023/24, em contraste com o que aconteceu nas épocas anteriores. Ainda que, com o mercado aberto, nem o FC Porto nem qualquer clube português possa descartar uma saída perante uma boa oferta de jogadores com mercado a alto nível. Mas, até ver, segurar os jogadores-chaves foi o principal «investimento» do clube no mercado. Uma posição que ganha ainda maior dimensão tendo em conta a situação financeira do FC Porto, que levou o administrador Fernando Gomes a assumir que para equilibrar as contas o clube precisava de encaixar dinheiro em vendas no exercício que terminou a 30 de junho. Mais tarde acrescentou que, não acontecendo, o FC Porto teria de financiar-se junto da banca.

Sérgio Conceição agradeceu. «Fico contente com a permanência de quase todo o plantel, isso é uma mais-valia e também custa dinheiro ao clube. Daí eu tirar o chapéu a esse esforço que, por vezes, não é visível para as pessoas», disse o treinador: «Muitas vezes, os adeptos só ficam mais felizes quando chegam reforços, mas a minha felicidade tem mais a ver com a permanência dos jogadores que no ano passado foram protagonistas.»

De uma época para a outra, a principal baixa no Dragão foi Uribe, que saiu em final de contrato. O FC Porto não perdeu mais nenhum jogador do onze-base e do lado das saídas a lista completa-se com Manafá, cujo vínculo também terminou, mais o avançado Fernando Andrade, que rumou ao Casa Pia, e o lateral Rodrigo Conceição, o segundo filho do treinador a ter representado a equipa principal portista depois de Francisco, hoje no Ajax.

Entre os jogadores dos quadros do clube restam algumas situações de excedentários para resolver, enquanto ficaram consumadas ainda as saídas em definitivo de dois jovens para os clubes onde jogaram por empréstimo na temporada passada: o central Diogo Leite assinou pelo Union Berlim e o lateral Tomás Esteves pelo Pisa.

Quanto a reforços, o primeiro a chegar foi mais um homem para o ataque: Fran Navarro, o goleador que se destacou no Gil Vicente. Depois, o FC Porto procurou reforçar o meio-campo. Foram processos morosos, que se arrastaram até perto do início da época. Um deles está concluído, a contratação de Nico González ao Barcelona. Agora o FC Porto está a ultimar a chegada do sucessor de Uribe. O eleito é o argentino Alan Varela e o processo está perto do fim, depois do arrastar das negociações com o Boca Juniors.

Pode não ficar por aqui. Lá está, o mercado continua aberto e tudo dependerá da capacidade dos dragões para acrescentar profundidade ao plantel ou reforçar outras posições que evidenciam carências, nomeadamente nas laterais e sobretudo à esquerda. Se não o fizerem, Sérgio Conceição terá de encontrar soluções em casa, como tem feito ao longo dos anos. E como fez na pré-temporada, assumindo por exemplo Pepê como lateral-direito face à baixa por lesão de João Mário, que está agora a regressar à equipa.

Sérgio Conceição observou de resto vários jovens na pré-época e reintegrou Romário Baró, depois de duas épocas a rodar, primeiro no Estoril e depois no Casa Pia. Mas as próximas semanas dirão que jogadores da formação poderão ser apostas regulares ou quais serão cedidos para rodar noutros clubes.

Desde que Sérgio Conceição chegou, o FC Porto foi campeão ano sim, ano não. Na época passada teve deslizes comprometedores na primeira volta, mas recuperou e lutou até ao fim, pressionando o Benfica e encurtando a distância para o líder. Não foi suficiente, mas o dragão está aí de novo para a luta. Para já, o primeiro duelo entre os dois principais candidatos ao título na Liga foi ganho pelo Benfica, com a vitória na Supertaça. Mas isto está só a começar.

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FC Porto-Rayo Vallecano (MANUEL FERNANDO ARAUJO/LUSA)

Calendário do FC Porto

Classificação da época passada:

Melhor classificação: 30 vezes campeão nacional

Presenças na I Divisão: 89

Objetivo: Recuperar o título de campeão nacional

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Primeiro treino da pré-temporada do FC Porto (FOTO: FC Porto)

Treinador: Sérgio Conceição

Seis temporadas, dez títulos. Sérgio Conceição é um caso raro no futebol português de longevidade no banco de um só clube e vai pulverizando todos os recordes no FC Porto. Na reta final da época passada ultrapassou José Maria Pedroto como o treinador com mais jogos pelo FC Porto e tornou-se também o técnico com mais títulos, superando Artur Jorge.

Na comparação com o «Rei» Artur ou com outros grandes treinadores da história do clube, falta-lhe um título europeu. Mas desde que chegou, no verão de 2017, conquistou troféus em todas as épocas. Venceu três campeonatos nacionais, três Taças de Portugal, três Supertaças e uma Taça da Liga - na temporada passada, a primeira de sempre para o clube e o terceiro troféu da época, a juntar à Supertaça e à Taça de Portugal.

Há um percurso de Conceição como treinador antes do FC Porto. O antigo internacional português, que cresceu precisamente nas Antas antes de se fazer grande em Itália e voltar ainda uma vez a vestir a camisola portista, passou pelos bancos de Olhanense, Académica, Sp. Braga e V. Guimarães e estava no Nantes quando recebeu o convite para treinar o FC Porto. Não olhou para trás.

Agora, ao fim de seis anos, o FC Porto já se confunde com Sérgio Conceição, o homem que personifica como ninguém a identidade que o clube cultiva. Lutador, aguerrido, desafiador, foco absoluto na vitória em cada momento. Passou por altos e baixos, superou crises externas e internas, muitas vezes cedeu aos impulsos de uma personalidade de nervos à flor da pele. Como atesta o registo de 14 expulsões no banco portista, a última delas já na Supertaça desta época, quando recusou abandonar o banco.

Perante cada problema inventou soluções, ele que lidera a equipa num período particularmente delicado para o clube, sob alçada da UEFA e das regras do «fair play» financeiro. Época a época, Conceição foi gerindo as saídas de jogadores importantes a cada temporada, promovendo motivação, procurando alternativas e encontrando respostas. É também por isso que valoriza tanto o facto de ter sido poupado a muitas dores de cabeça desse ponto de vista neste defeso.

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Banco de suplentes (Foto Getty Images)

Plantel

Plantel do FC Porto

Entradas: Fran Navarro (Gil Vicente), Nico González (Barcelona)

Saídas: Uribe (Al Sadd), Fernando Andrade (Casa Pia), Manafá (Granada), Rodrigo Conceição

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Nico González

Atenção a: Nico González

É na Corunha que estão as origens de Nico González, a promessa de qualidade para o meio-campo que o FC Porto foi buscar a Barcelona. O médio de 21 anos é filho de Fran, antigo internacional espanhol e lenda do Deportivo. O futebol sempre fez portanto parte da vida de Nico, que chega ao Dragão com muita vontade de mostrar o que vale.

«Estou muito feliz e muito entusiasmado. Tenho muita vontade de começar começar a jogar aqui», disse o jogador, que chegou ao Dragão no dia da apresentação do FC Porto aos adeptos. Mas vai ter de esperar, como todos os reforços que se apresentam a Sérgio Conceição.

«O Nico está no período de adaptação e ainda tem de passar pelo tempo de sofrimento para depois estar disponível», sorriu o treinador portista, a falar sobre aquele que foi o segundo reforço para a nova época no Dragão. Mas desta vez não será por muito tempo, acredita Conceição: «É um jogador que estava na Europa e chega de uma das melhores ligas do mundo, por isso deverá ter uma adaptação mais rápida do que um jogador que venha da América do Sul. Acho que vai ser relativamente rápido.»

Depois de ter começado a jogar num pequeno clube galego, o Montañeros, Nico cedo despertou a atenção do Barcelona. Tinha 10 anos quando rumou a La Masia e foi na Catalunha que fez toda a formação. No verão de 2021 foi lançado por Ronald Koeman logo na primeira jornada da Liga. Estreou-se a substituir uma lenda do meio-campo culé, Sergio Busquets.

Fez 37 jogos nessa temporada e marcou dois golos. No final da época renovou contrato e ficou com uma daquelas cláusulas de rescisão estratosféricas que dão títulos bombásticos mas não saem do papel – mil milhões de euros. Foi cedido no mesmo dia ao Valencia. No Mestalla, a aposta começou por ser ganha e Nico jogou com regularidade na primeira metade da época, mas uma fratura num dedo do pé esquerdo no final de dezembro forçou-o a parar. Só voltou a ser opção em março, numa época em que terminou com 26 jogos e um golo marcado.

Depois apareceu o FC Porto. O negócio arrastou-se, mas acabou por se concretizar, numa transferência de 8.4 milhões de euros em que o Barça fica com opção de recompra do passe do jogador, bem como parte dos direitos de uma futura transferência.

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Genéricas Maisfutebol

Equipa-tipo

Diogo Costa;

Pepê, Pepe, Marcano, Zaidu;

Otávio, Eustáquio, Grujic, Galeno;

Taremi, Evanilson

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