O campeonato dominador que terminou com o título de campeão da II Liga e dez pontos de avanço para o segundo lugar alimenta a expectativa para o regresso do Moreirense, apenas um ano depois da descida. Mas houve mudanças significativas em Moreira de Cónegos, desde logo no banco, pelo que esta será uma equipa necessariamente diferente.
Rui Borges, estreante na Liga, assumiu o desafio de suceder a Paulo Alves, com algumas mudanças de relevo também no plantel. Sobretudo na defesa, que perdeu os centrais Luís Rocha e Hugo Gomes, além de David Bruno. O Moreirense procurou reforçar-se com o veterano Marcelo, de volta a Portugal aos 34 anos, e também com a experiência de Maracás, a que alia a aposta em jovens oriundos dos grandes, como o central Gilberto Batista, que chegou do Sporting B, e o lateral Dinis Pinto, ex-Sp. Braga. Aos arsenalistas foi ainda buscar outra promessa, o avançado Rodrigo Macedo, que chega por empréstimo. E também o lateral Fabiano Souza, de regresso a Portugal depois de ter estado cedido pelo Sp. Braga ao Kasimpasa.
E também se «reforçou» dentro de casa, conseguindo garantir em definitivo alguns dos elementos importantes da época passada, como Kodisang, Ofori e Alanzinho.
Após a queda, que se seguiu a oito épocas consecutivas na Liga, o Moreirense procura este ano demonstrar que a descida foi apenas um percalço e que o projeto segue dentro dos planos. Mas terá de o fazer em alta rotação logo a abrir. Depois de a época ter começado com a eliminação na primeira ronda da Taça da Liga, numa decisão nos penáltis frente ao Farense, segue-se um arranque de exigência máxima na Liga: o campeonato começa com a receção ao FC Porto, na terceira jornada chega o Sp. Braga e à quinta ronda há uma deslocação a Alvalade.
Classificação da época passada: Campeão da II Liga
Melhor classificação: 6º (2018/19)
Presenças na I Divisão: 12
Objetivo: Garantir a continuidade na Liga
Depois da conquista da II Liga, Paulo Alves e o Moreirense optaram por não prolongar a relação. Para suceder ao treinador que garantiu o regresso à Liga o clube optou por Rui Borges, técnico que terminou a época passada no Mafra, onde levou a equipa ao sexto lugar.
Será uma estreia em bancos da Liga para o treinador de 42 anos, que assume a ambição e a consciência do desafio para a sua equipa técnica. «É algo pelo qual temos vindo a trabalhar ao longo destes anos. Temos demonstrado competência para chegar até aqui. Também sei que as responsabilidades aumentaram, num campeonato que nos apresentará desafios diferentes e nos exigirá crescer», diz.
É na verdade um regresso, porque Rui Borges representou o Moreirense como jogador ao longo de duas épocas, em 2007/08 e 08/09. Mas é a Mirandela, de onde é natural, que está intimamente ligado o percurso do antigo médio. Foi lá que fez a formação, foi lá que terminou a carreira de jogador, mas no futsal. E foi no Mirandela que iniciou o percurso de treinador, que o levou ainda aos bancos de Académico Viseu, Académica, Nacional e Vilafranquense, antes do Mafra.
Entradas: Caio Secco (Penafiel), Gilberto Batista (Sporting), Dinis Pinto (Sp. Braga B), Maracás (P. Ferreira), Marcelo (Dibba Al Fujairah), Rodrigo Macedo (Sp. Braga, empréstimo), Fabiano (Sp. Braga)
Saídas: Ricardo Silva (Tondela), Luís Rocha (Santa Clara), David Bruno (Santa Clara), Victor García, Hugo Gomes (Suwon FC), Lucas Freitas (fim de empréstimo, regressa ao Palmeiras), Fábio Pacheco (Aves SAD), Sori Mané, Steven Petkov, Platiny (Marítimo), Walterson (Suwon FC).
Foi destaque nos sub-23 do Sp. Braga na época passada, renovou em março até 2026, estreou-se na equipa principal e agora saiu temporariamente, para rodar na Liga. Promessa arsenalista, Rodrigo Macedo é seguramente um jogador a seguir em Moreira de Cónegos.
O ponta de lança de 20 anos fez toda a formação em Braga e foi na última temporada que se distinguiu, com 17 golos em 32 jogos numa campanha dos sub-23 que terminou com a conquista da Taça Revelação. Ainda em dezembro foi lançado por Artur Jorge na equipa principal, para os minutos finais da partida de Taça da Liga com o Paços Ferreira.
Deixa agora Braga por uma época, num empréstimo sem opção de compra e com vontade de mostrar o que vale. «Vai ser um bom desafio, vai dar-me coisas que ainda não consegui ter e acho que isso é muito bom para mim», disse à chegada a Moreira de Cónegos.