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Sporting: um recorde para crescer

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Sporting-Real Sociedad (RICARDO NASCIMENTO/LUSA)

Análise

A época passada soube a pouco em Alvalade. O quarto lugar na Liga, a eliminação precoce na Taça de Portugal e uma campanha europeia que só ganhou algum alento nas eliminatórias da Liga Europa resultam numa temporada falhada, como assumiu Rúben Amorim. Agora, o leão quer crescer e recuperar a dinâmica que valeu o título há dois anos. Os sinais da pré-temporada foram positivos e em Alvalade há uma sensação de expectativas renovadas, como se percebe, por exemplo, pelo facto de o clube ter esgotado pela primeira vez a venda de lugares anuais. Para já, só há uma cara nova no plantel. Foi uma aposta forte, muito forte. Amorim tem testado também soluções internas, enquanto os restantes processos de contratações se arrastaram até ao início da época. Da sua concretização depende uma noção mais realista do que será o Sporting na nova temporada.

O Sporting começou por resolver a velha questão do ponta de lança abrindo os cordões à bolsa como nunca. O internacional sueco Viktor Gyökeres chegou de Inglaterra, num negócio de 20 milhões de euros fixos, mais quatro por objetivos. É a contratação mais cara de sempre dos leões.

Este foi também mais um verão de avultadas receitas de mercado para os leões, liderado pela transferência de Manuel Ugarte para o PSG. O uruguaio custou 60 milhões de euros aos franceses, sendo que o Sporting tinha 80 por cento do seu passe. Passou a ser a segunda maior venda de sempre do clube, atrás apenas dos 65 milhões de euros pagos pelo Manchester United para levar Bruno Fernandes. Foi também neste verão que ficou consumada a transferência em definitivo de Pedro Porro para o Tottenham, um negócio de 40 milhões de euros. E ainda há Chermiti, com mais um encaixe significativo à vista pelo jovem avançado, já com acordo para a transferência para o Everton.

Rúben Amorim pretende precisamente compensar as principais saídas com a contratação de um médio-defensivo e de um lateral-direito. O clube está no mercado à procura dessas soluções, com alvos definidos mas para já ainda sem fumo branco. Para o meio-campo, está perto de ficar consumada a contratação do dinamarquês Morten Hjulmand. No lado direito, depois de abortada a chegada do espanhol José Ángel, que não foi aprovado nos testes físicos, o processo continua em aberto. É um processo moroso para conseguir os alvos pretendidos dentro das possibilidades do clube, diz Amorim: «O Sporting está a guardar as fichas todas para certos jogadores que demoram tempo.»

Ugarte foi a maior baixa em Alvalade e, embora ainda haja três semanas de mercado pela frente, não se antecipam nesta altura mais saídas de peso. Ao contrário do que aconteceu há um ano, quando Matheus Nunes saiu já com a época a decorrer, contra as expectativas do treinador. Amorim assumiu que essa decisão teve impacto e defendeu que uma das chaves para a nova época seria conseguir fazer melhor esse planeamento.

Além da saída de Bellerín, terminado o período de empréstimo, no defeso o clube concentrou-se de resto em resolver a questão dos muitos jogadores excedentários do plantel. As transferências em definitivo de Tiago Tomás, Arthur, Rochinha ou Marsá, bem como o empréstimo de Sotiris, integram-se nessa gestão, com vários outros casos ainda por resolver.

Na pré-temporada, Amorim aproveitou também para ter mais perto de si algumas das promessas de Alcochete. Eduardo Quaresma e Daniel Bragança, bem como Afonso Freitas, Geny Catamo, Mateus Fernandes, Essugo ou Rodrigo Ribeiro, espreitam mais oportunidades.

Com a chegada de Gyökeres, que abriu novas possibilidades ao jogo do Sporting, o treinador também acentuou no defeso o trabalho em alternativas táticas em campo, acrescentando ao 3x4x3 variações que podem passar por uma defesa a quatro e, sobretudo, por uma versatilidade que envolve variações como a subida de um central para o meio-campo – Inácio foi testado nesse papel. O leão quer ganhar dinâmica e recuperar imprevisibilidade, num processo em curso para uma época que será longa.

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Manuel Fernandes (Lusa)

Calendário do Sporting

Classificação da época passada:

Melhor classificação: 19 vezes campeão nacional

Presenças na I Divisão: 89

Objetivo: ser campeão nacional

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O regresso do Sporting ao trabalho com vista à preparação da época 2023/24

Treinador: Rúben Amorim

Em três épocas completas no Sporting, a temporada passada foi a única que Rúben Amorim terminou sem qualquer troféu ganho. Além do título de campeão nacional, que em 2020/21 quebrou o longo jejum dos leões, o treinador soma ainda duas conquistas da Taça da Liga e mais uma Supertaça. Mas na época passada não só não houve taças novas para o museu como a equipa ficou aquém dos objetivos em todas as competições. Amorim assumiu que colocou o lugar à disposição do presidente, face desfecho da época. Não foi aceite e o treinador de 38 anos diz que se sente motivado para continuar.

É então com a garantia do trabalho de Rúben Amorim que o Sporting encara a nova temporada. Com o treinador que foi uma aposta forte em março de 2020, quando os leões pagaram 10 milhões de euros ao Sp. Braga para contratar um jovem técnico ainda sem a formação completa, mas que tinha causado impacto imediato em apenas dois meses no Minho, conquistando de caminho a Taça da Liga frente ao FC Porto.

Em Alvalade, o antigo internacional português abraçou a pressão e superou as expectativas, com ideias claras, com resultados em campo e um discurso aberto fora dele. A conquista do campeonato nacional ao fim da primeira época completa no banco reforçou todas as impressões sobre o potencial de um treinador ainda muito jovem. O segundo lugar na Liga na temporada seguinte manteve o curso de recuperação de estatuto dos leões, mas as coisas foram bem diferentes em 2022/23 e em alguns momentos tornaram-se evidentes sinais de desgaste do treinador e da sua relação com os adeptos.

Amorim identificou problemas no planeamento da época e assumiu também culpas próprias, mas sabe que a margem de tolerância é agora menor.  «Já vejo futebol há algum tempo, sei como são as coisas. Numa época com objetivos falhados - em certos jogos dominámos, mas acabámos por não marcar -, sentia-se muito o nervosismo no estádio», disse Amorim no final da época passada: «Sei bem o que vem aí para a próxima época. Na minha cabeça está vencer o primeiro jogo, depois o segundo, depois o terceiro. Acredito que vamos dar a volta à situação e vamos voltar ao nosso normal.»

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Banco de suplentes (Foto Getty Images)

Plantel

Plantel do Sporting

Entradas: Viktor Gyökeres (Coventry)

Saídas: Bellerín, Ugarte (PSG), André Paulo (Mafra), Arthur (Cruzeiro), Rochinha (Al-Markhiya), Sotiris (Olympiakos, empréstimo), Marsà (Andorra)

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Sporting-Real Sociedad (RICARDO NASCIMENTO/LUSA)

Atenção a: Viktor Gyökeres

«Estes grandes jogadores têm grandes salários, é preciso muito trabalho para eles virem para o Sporting. Andamos a fazer esse trabalho com o Viktor desde março.» A revelação de Rúben Amorim dá a medida da dimensão da aposta do Sporting no internacional sueco que acabou por ser a mais cara contratação de sempre do clube.

Foi um trabalho de paciência para garantir a referência que faltava ao ataque do Sporting. Viktor Gyökeres, o sueco alto e forte que foi protagonista do Championship nas últimas duas épocas com a camisola do Coventry, tem tudo para ser aquilo que Amorim procurava e de que o Sporting precisava. «Não tínhamos alguém com as características que ele tem. Podemos jogar mais baixos porque ele dá-nos uma dimensão diferente», diz o treinador, notando também como o avançado de 25 anos ainda tem margem de progressão.

Nascido em Estocolmo e de ascendência húngara, Gyökeres completou a formação no Brommapojkarna, onde chegou a sénior. Ao fim de três temporadas na segunda divisão sueca entrou no radar do metódico e sofisticado sistema de recrutamento do Brighton e rumou a Inglaterra. Tinha 19 anos, começou por evoluir nas equipas secundárias do clube, com algumas passagens pela formação principal. Em 2019/20 saiu para rodar no St. Pauli. Ganhou regularidade na 2. Bundesliga e regressou a Inglaterra. Chegou a ser opção no início da época no Brighton, mas voltou a ser cedido, primeiro ao Swansea e depois ao Coventry.

Foi na temporada seguinte, já contratado em definitivo pelo Coventry, que explodiu. Fez 47 jogos e marcou 18 golos, números que melhorou em 2022/23, quando chegou à meia centena de partidas e apontou 22 golos. Depois, deixou-se seduzir pelo projeto do Sporting.

A expectativa sobre o que poderá dar à equipa é grande, proporcional também ao investimento do clube. Mas ele diz que não o assusta a pressão. «Não sinto. É bom que tenham acreditado em mim e mostrassem o quanto me queriam, por isso é que vim para cá», diz. As primeiras impressões da pré-época confirmaram o potencial do reforço leonino, mesmo a atravessar o natural período de adaptação. Nomeadamente ao calor português que, segundo contou Trincão, lhe «custou um bocadinho» no início.

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Genéricas Maisfutebol

Equipa-tipo

Adán;

Coates, Gonçalo Inácio, Matheus Reis (Diomandé);

Esgaio, Morita, Pote, Nuno Santos;

Edwards, Gyökeres, Trincão

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