Clube: Dinamo Moscovo
Data de Nascimento: 27.01.1987
Tal como o lendário Lev Yashin, Shunin fez toda a carreira no Dinamo de Moscovo. Entrou para a academia do clube aos sete anos e fez a estreia na equipa principal ao 20. Aos 34 anos é o capitão do Dinamo e recordista do clube em jogos na Liga russa. Foi dos poucos jogadores que ficaram no Dinamo após a chocante despromoção de 2016.
A sua perseverança foi recompensada o ano passado, ao tornar-se finalmente o dono da baliza da seleção russa. Apesar de nunca ter sido considerado o mais talentoso dos guarda-redes russos, os adeptos do Dinamo estão gratos pela sua lealdade.
O momento mais mediático da carreira talvez tenha sido o jogo com o Zenit, em 2012, no qual viu rebentar um engenho pirotécnico junto aos pés. Shunin ficou com lesões nos ouvidos e nos olhos, na altura, e o Dinamo ganhou 3-0 na secretaria.
Clube: CSKA Moscovo
Data de Nascimento: 19.09.1990
Nascido no Brasil, o lateral direito já vive na Rússia há nove anos. Assinou pelo CSKA em 2012 e tornou-se um dos ícones da Liga russa, mas, aos 30 anos, ainda não fala a língua local. «Por vezes perguntam-me isso, mas eu limito-me a encolher os ombros, porque também é raro falar português. Mas os palavrões aprendi logo! Conheço-os, mas não os digo», garantiu.
Mario Fernandes não foi o primeiro internacional russo de origem brasileira: foi precedido pelo guarda-redes Guilherme, que fez parte da equipa do Euro2016. Mario chegou a ser internacional brasileiro, num particular com o Brasil, em 2014, antes de mudar de seleção. Recebeu a cidadania russa em 2016 e foi um dos melhores jogadores da seleção no Mundial em que foi anfitriã, dois anos depois: marcou à Croácia, nos quartos de final, mas depois falhou um penálti no desempate.
Clube: CSKA Moscovo
Data de Nascimento: 27.09.1999
Nascido e criado em Ufa, Igor Diveev é agora um central robusto, mas começou entre os postes. Aos 10 anos de idade ganhou mesmo o prémio de melhor guarda-redes num torneio, o que lhe deu o direito a marcar presença num Rússia-Alemanha disputado em Moscovo, no qual entrou em campo de mão dada com Mesut Özil.
«Era para ter entrado com um jogador russo. Fui logo avisado para não ficar com o Arshavin, por causa da altura. Eu já media 1,65m, e ele tinha 1,72m», contou.
Em 2018 o Arsenal mostrou interesse na sua contratação, mas não chegou a fazer uma oferta ao Ufa, e Diveev acabou por assinar pelo CSKA.
Elemento-chave da seleção sub-21, foi chamado pela primeira vez à seleção principal no passado mês de novembro.
Clube: Zenit
Data de Nascimento: 20.05.1995
É agora uma das figuras do Zenit, mas, em circunstâncias diferentes, podia ter sido uma estrela do CSKA de Moscovo. Adepto do clube da capital desde pequeno, era presença habitual nas bancadas, e depois esteve na academia do CSKA dos seis aos 19 anos. A transição para a equipa principal não foi fácil, contudo, dada a concorrência de Mario Fernandes, e Karavaev saiu por empréstimo.
«Eu não queria perder nem seis meses. Queria jogar», explicou. Passou três anos na República Checa, ao serviço de Dukla Praga, Jablonec e Sparta Praga, clube que acabou por contratá-lo. Aprendeu a falar checo durante esse período, mas é também fluente em inglês, algo raro entre jogadores russos.
Antes de chegar ao Zenit ainda passou pelo Vitesse, onde foi treinado por Leonid Slutsky. Em São Petersburgo tornou-se rapidamente o lateral direito titular, embora o selecionador, Cherchesov, utilize-o várias vezes no lado oposto.
Clube: Akhmat Grozny
Data de Nascimento: 24.03.1989
Fez parte da seleção nos Mundiais de 2014 e 2018, mas não jogou um único minuto. Por estes dias já tem lugar indiscutível no onze, ao lado de Dzhikiya no eixo defensivo.
Embora tenha sido formado na academia do Spartak de Moscovo, nunca jogou na equipa principal dos principais emblemas russos. É jogador do Akhmat Grozny há sete anos e antes de 2019 só tinha disputado jogos particulares pela seleção russa.
Em 2011, quando representava o SKA-Energia Khabarovsk, fez parte de um onze da segunda divisão russa que defrontou um onze da Serie B italiana.
Semenov tem um perfil que se destaca pela estabilidade, fiabilidade e postura. Prefere fazer o seu trabalho de forma discreta, e também é discreto e tímido fora do campo.
Clube: Valencia
Data de Nascimento: 26.12.1990
Poucos jogadores russos da atualidade alcançaram o reconhecimento que Cheryshev tem. Foi o herói russo no Mundial2018, torneio que pode ter sido o momento definidor da carreira, tendo em conta o rendimento irregular nos clubes.
O pai, Dmitri Cheryshev, também foi jogador, e fez grande parte da carreira no futebol espanhol. Denis começou por jogar no Sporting Gijón, mas aos 12 anos foi para o Real Madrid. Fez sete jogos pela equipa principal do emblema “merengue”, tornando-se o primeiro e único russo a jogar pelos gigantes de La Liga.
Os adeptos russos adoram a paixão e a capacidade de trabalho de Cheryshev, que retribuiu com quatro golos no Mundial. Denis descreveu esse torneio como um «sonho» e um «conto de fadas», que deixou «a mais inesquecível e viva impressão da carreira».
Agora no Valência, tem passado mais tempo na mesa de tratamento do que no campo.
Clube: Zenit
Data de Nascimento: 05.11.1992
A família Ozdoev teve de deixar Grozny quando Magomed tinha apenas dois anos, devido à primeira Guerra da Chechénia. «A minha casa foi destruída. Durante algum tempo andámos a vaguear, sem dinheiro e sem roupas, mas felizmente um homem ajudou-nos em Ingushetia. Deu-nos um abrigo sem aquecimento, nem outros confortos, mas isso salvou a minha família», referiu.
Magomed começou a jogar na rua, sob o olhar atento do pai, e a capacidade de trabalho deu frutos aos 17 anos, quando assinou pelo Lokomotiv de Moscovo. Tinha 19 anos quando foi incluído na pré-convocatória da Rússia para o Euro2012, mas Dick Advocaat, que era então o selecionador, não o incluiu na lista final.
Por estes dias é um elemento-chave no meio-campo do Zenit, e surpreende até que o Euro2020 seja o seu primeiro grande torneio.
Em 2016 abriu uma escola de futebol em Ingushetia, na qual segue o método belga.
Clube: Lokomotiv Moscovo
Data de Nascimento: 11.09.1996
Médio defensivo, foi uma das figuras do título europeu de sub-17 que a Rússia conquistou em 2013.
Barinov entrou para a academia do Lokomotiv quando tinha 15 anos. Agora é um dos elementos fundamentais da equipa principal, ainda que tenha perdido metade da época devido a uma lesão grave.
Em 2018 ajudou o Lokomotiv a conquistar a Liga russa, e no ano seguinte marcou o golo da vitória na final da Taça, frente ao Ural.
Na comemoração desse titulo protagonizou um episódio controverso, ao dar início a um cântico ofensivo para o rival Spartak. Barinov era adepto do Spartak em criança, e até costumava ir ao estádio ver os jogos, mas agora muitos adeptos deste clube recusam perdoá-lo, ainda que tenha apresentado um pedido de desculpas.
Clube: Spartak Moscovo
Data de Nascimento: 07.03.1997
Um avançado alto e duro da cidade siberiana de Barnaul. Sobolev começou a dar nas vistas no Krylia Sovetov, pelo qual marcou 10 golos em 12 jogos, no início de 2019/20, o que lhe valeu a primeira chamada à seleção russa. «Não estava à espera. Estava sentado em casa, a comer, quando Cherchesov ligou-me, perguntou como estava o meu estado de espírito e disse-me que ia à seleção no dia seguinte», contou.
No inverno mudou-se para o Spartak e rapidamente se tornou a força motriz da equipa. A capacidade física e o carácter motivam comparações com Dzyuba, e os dois avançados já têm um historial: em julho, durante um jogo da taça entre Zenit e Spartak, tiveram um desentendimento em campo. Cherchesov não convocou Sobolev no mês seguinte, por causa desse conflito, mas depois fizeram as pazes.
Tragicamente, a mãe de Sobolev faleceu o ano passado. O avançado marcou no jogo seguinte, tirou a camisola de jogo e mostrou uma outra com a fotografia da mãe, enquanto chorava. Ainda assim o árbitro exibiu o cartão amarelo, para ira dos adeptos.
Conheça melhor Alexandr Sobolev, protagonista da seleção russa.
Clube: Sochi
Data de Nascimento: 13.06.1991
Outro avançado alto e possante, com qualidades especiais. Zabolotny destaca-se nos duelos aéreos e a marcar golos de cabeça. O trajeto foi atribulado até ao sucesso: em criança sonhava ser maquinista, era fã de arte e gostava de acrobacias. Por vezes ainda festeja com um salto à Aubameyang, de resto.
Outrora um talento da academia do CSKA, Anton teve uma carreira atribulada no início. «Aos 25 anos bebia muito. Nem ia a lado nenhum. Simplesmente pegava numa cerveja e ficava em casa a ver televisão», contou.
Tudo mudou em 2017, quando ajudou o (agora defunto) FC Tosno a chegar à elite do futebol russo. Em 2018 foi mesmo contratado pelo Zenit, mas não conseguiu vingar, o que deu origem a vários “memes” na internet.
Após uma boa época no PFC Sochi, Zabolotny quer agora brilhar no Campeonato da Europa.
Clube: Spartak Moscovo
Data de Nascimento: 11.02.1994
Um jogador polivalente, que pode desempenhar quase todas as posições no meio-campo, embora tenha começado a época como ala direito do Spartak. É muito trabalhador, e foi mesmo o jogador com maior distância percorrida no Mundial2018, até às semi-finais. As meias que usou nos quartos de final, frente à Croácia, estão expostas no Museu da FIFA, em Zurique.
Zobnin sofreu uma lesão nos ligamentos laterais do joelho em junho de 2017. No mês seguinte, durante um jogo entre o Spartak e o Dinamo, os adeptos da sua antiga equipa tentaram atacá-lo na bancada, mas não chegaram a conseguir aceder ao camarote em que estava.
A família de Roman tem uma relação especial com a letra R: a esposa é Ramina, os filhos chamam-se Robert e Regina, e o cão é o Richie.
Quando era miúdo, Zobnin queria ser bombeiro.
Clube: Rubin Kazan
Data de Nascimento: 17.03.1988
Foi o guarda-redes russo mais proeminente da última época. Apareceu tarde, o que torna ainda mais impressionante aquilo que tem conseguido. Após dez anos nos escalões inferiores, chegou ao principal escalão do futebol russo em 2018, quando assinou pelo Anzhi.
A última época foi a melhor da carreira, ao somar nove jogos sem sofrer golos em 26 jornadas, na baliza do Rubin Kazan. Chegou à seleção russa já com 33 anos de idade.
Dyupin é também conhecido pelo método de relaxamento pós-jogo: «Bebo um pouco de vinho seco e vejo um filme para fazer “reset”». Esta revelação gerou algumas piadas nas redes sociais, mas Dyupin garante que não se importa.
Clube: Antalyaspor
Data de Nascimento: 05.04.1987
É um produto endurecido da Sibéria, região na qual cresceu e na qual iniciou a carreira, no Sibiryak Bratsk. Na época passada, com uma carreira itinerante a aproximar-se do fim, decidiu tentar a sua sorte na Turquia, tornando-se um dos poucos internacionais russos a jogar fora do país.
Confortável tanto a lateral esquerdo como a central, tem desempenhado ambos os papéis, no clube e na seleção. Tem um estilo indisciplinado, o que faz com que, por vezes, seja expulso por faltas desnecessariamente duras.
Fora do campo também é assim: em 2017, após defrontar o CSKA Moscovo pelo FC Rostov, deitou abaixo a porta do balneário enquanto dizia: «Partiram-me o nariz e nem falta foi. Lagartos idiotas.»
Clube: Spartak Moscovo
Data de Nascimento: 21.11.1993
É o capitão do Spartak e o número dois da hierarquia na seleção russa, tendo assumido a braçadeira no passado outono, quando Artyom Dzyuba falhou os últimos jogos da Liga das Nações.
Participar no Euro2020 pode amenizar algumas memórias dolorosas para Dzhikiya. Ia ser o pilar da defesa russa no Mundial2018, mas uma lesão no ligamento cruzado do joelho, sofrida num particular a meio da época, afastou-o do torneio. Desde então não falhou mais do que uma mão cheia de jogos da seleção.
Dzhikiya tem ascendência georgiana e orgulha-se de ter um apelido que significa “leopardo da neve”. É um defesa forte nos duelos e nas interceções, que em tempos chegou a dizer que queria ser o Homem-Aranha para prender todas as bolas e avançados na sua teia.
Em tempos marcou um golo do telhado do estádio do Spartak, à primeira tentativa, completando assim um desafio lançado por adeptos do clube.
Clube: Atalanta
Data de Nascimento: 17.10.1995
Tornou-se um jogador de topo do futebol russo muito antes do irmão gémeo, Anton. Estreou-se pela seleção em 2015, quando tinha apenas 19 anos, e marcou 12 minutos depois de ter entrado. Nesse mesmo ano foi incluído na «Equipa Messi», um grupo de jovens promessas selecionadas pelo próprio internacional argentino do Barcelona para usarem botas personalizadas.
Como um dos jogadores mais talentosos do país, era apontado a clubes estrangeiros há muito tempo. Em setembro assinou pela Atalanta, mas a primeira época deixou algo a desejar. Isto levou mesmo a uma teoria cómica, lançada pelos adeptos, em jeito de brincadeira, de que a Atalanta tinha utilizado um terceiro irmão, o «Welcome Miranchuk», a propósito da imagem com que foi anunciada a contratação.
New #59 in town! 🔥
— Atalanta B.C. (@Atalanta_BC) September 4, 2020
Quanti ❤️ per Aleksej? 🤩
⠀#WelcomeMiranchuk #GoAtalantaGo ⚫️🔵 #Miranchuk pic.twitter.com/IPhPGZrLSX
Clube: Krasnodar
Data de Nascimento: 25.02.1999
É um dos maiores talentos a emergir da famosa academia do Krasnodar. Muito alto, podia ter sido basquetebolista, até porque o pai, Evgeni, treina nos escalões de formação do Lokomotiv-Kuban.
Evgeni recorda também que o filho mostrava competências avançadas em Matemática e conseguia fazer cálculos exigentes de cabeça. Talvez isto explique o talento para o xadrez, que o levou a derrotar o dono do Krasnodar, Sergey Galitsky, quando era ainda um miúdo da academia do clube.
Conhecido por ser calmo, confiante e esperto, Safonov tornou-se mediático ao assumir a baliza do Krasnodar em 2018, quando tinha apenas 19 anos. A imprensa e os adeptos começaram logo a compará-lo a Igor Akinfeev, que também deu nas vistas com a mesma idade, aproximadamente.
Na época passada o Krasnodar estreou-se na fase de grupos da Liga dos Campeões, ao ultrapassar o PAOK no playoff, e Safonov deu o seu contributo ao defender um penálti na primeira mão.
Clube: Mónaco
Data de Nascimento: 30.05.1996
Um dos jogadores russos mais talentosos deste século. Natural da pequena cidade mineira de Kaltan, na Sibéria, Golovin foi o elemento mais jovem da seleção russa no Euro2016 e no Mundial2018. Foi após este torneio que assinou pelo Mónaco, por 30 milhões de euros, verba que fez dele o jogador russo mais caro de sempre.
Aleksandr perdeu a primeira metade da época devido a lesão, mas impressionou no regresso, ajudando o Mónaco a conseguir a qualificação para a Liga dos Campeões.
É um jogador flexível, com uma ampla gama de recursos: ele é implacável, assertivo e tem uma excelente capacidade de passe. Golovin passa grande parte de seu tempo livre a jogar computador, destacando-se especialmente em Dota 2 e Counter-Strike: Global Offensive.
Clube: Zenit
Data de Nascimento: 20.08.1983
Um guerreiro sem idade. Joga como se tivesse ainda 18 anos. O antigo jogador do Chelsea faz 38 anos em agosto e vai para o quinto grande torneio de seleções. Os adeptos adoram-no e fazem piadas com a sua idade.
«O Branislav Ivanovic já me pediu para enumerar alguns jogadores da minha idade. Eu falei do Fabio Quagliarella e do Adessoye Oyewole, do Tambov. E temos também o Kazuyoshi Miura, que joga com 54 anos. Por isso tenha a carreira toda pela frente!», afirmou.
Zhirkov não jogou muito pelo Zenit, na última época, mas o selecionador aprecia a experiência que pode dar ao lado esquerdo da seleção.
Fora do campo tem um passatempo invulgar: colecionar objetos relacionados com a II Guerra Mundial. Tem uma limusine soviética, um busto de Josef Estaline e um documento com autógrafos de revolucionários. Há muito tempo que Zhirkov planeia abrir um museu.
Clube: Lokomotiv Moscovo
Data de Nascimento: 20.09.1996
Formado na academia do Lokomotiv, foi sempre visto como um enorme talento. Foi sempre uma estrela nas seleções jovens, e em 2016 bisou logo ao terceiro jogo como titular do Lokomotiv.
No final desse ano deixou o clube de forma controversa, seduzido pela oferta salarial do Rubin Kazan, mas há três anos voltou ao Lokomotiv.
O apelido Zhemaletdinov está ligado à herança do povo tártaro. O pai de Rifat é um nadador profissional e, em tempos, evitou o afogamento de dois dos seus colegas de academia.
O gosto pela água passou para o filho, que gosta de pescar: no passado apanhou uma carpa de 12 kg.
Clube: Krasnodar
Data de Nascimento: 18.02.1989
Tal como Aleksandr Kerzhakov, antigo avançado da seleção russa, Ionov também nasceu em Kingisepp, perto de São Petersburgo.
Formado no Zenit, Aleksei estreou-se na equipa principal aos 18 anos e marcou dois golos na campanha que culminou com a conquista da Taça UEFA, em 2008.
Ionov e Pavel Pogrebnyak (ex-Fulham e Reading) são os únicos elementos dessa equipa que ainda jogam.
Os adeptos do Zenit acreditavam que Ionov seria o futuro do clube, mas a situação mudou em novembro de 2011, quando o jogador foi detido por conduzir embriagado e insultar um agente da autoridade. Ionov foi multado pelo clube e dois meses depois vendido ao Kuban Krasnodar.
O Euro2020 será o segundo grande torneio de seleções em que marca presença, mas no Mundial de 2014 não chegou a ser utilizado por Fabio Capello.
Clube: Dinamo Moscovo
Data de Nascimento: 02.03.1997
O pai de Daniil jogou no FC Trud, da região de Krasnodar, por isso talvez o futuro estivesse escrito. Daniil começou a jogar aos seis anos de idade e foi treinar à experiência ao Spartak de Moscovo, mas depois tornou-se um dos primeiros membros da academia do Krasnodar, aos 12 anos.
O empresário compara-o a Sergio Busquets, e Daniil não se importa nada: «Provavelmente tenho alguma semelhança física. Para mim ele é uma referência, até porque sou adepto do Barcelona.»
Fã de leitura, Fomin leu todos os livros de Erich Marias Remarque antes dos 17 anos. Entusiasta do xadrez, também derrotou o dono do Krasnodar, Sergey Galitsky, quando estava na academia do clube (tal como Safanov).
Para além disso é também um interessado em história do futebol, que gosta de estar a par das notícias e desenvolvimentos do desporto-rei.
Clube: Zenit
Data de Nascimento: 22.08.1988
Capitão, língua mais afiada da equipa e jogador mais famoso da Rússia por estes dias. A popularidade de Dzyuba atingiu níveis estratosféricos após o Mundial2018, e o avançado tem agora mais de um milhão de seguidores no Instagram.
Os holofotes perseguem Dzyuba. Em 2015 gerou polémica ao trocar o Spartak por um dos principais rivais, o Zenit. Três anos antes tinha chamado “trenerishka” (ndr. algo como “treinadorzinho”) a Unai Emery, então no comando do Spartak.
Há quatro anos foi afastado da Taça das Confederações com o argumento oficial de lesão, mas entre rumores de um conflito com Cherchesov. No dia seguinte à eliminação russa, Dzyuba e Kokorin, outro internacional russo então no Zenit, publicaram um vídeo em que apareciam a colocar a mão entre a boca e o nariz, simulando o bigode de Cherchesov. Dzyuba esteve um ano afastado da seleção, mas voltou para o Mundial e tornou-se um herói ao marcar três golos.
Two strikers Artem Dzyuba and Aleksandr Kokorin troll Stanislav Cherchesov, Russia's head coach, who didn't call them up. #moustache pic.twitter.com/bCdQJjgWKo
— Artur Petrosyan (@arturpetrosyan) June 25, 2017
As controvérsias não ficaram por aí, e no passado outono Dzyuba chegou a ser afastado da seleção depois de ter sido divulgado um vídeo privado bastante explícito. Mas se estiver em forma, Dzyuba pode projetar as perspetivas russas.
Clube: Zenit
Data de Nascimento: 15.01.1993
Formado no Zenit, não conseguiu entrar diretamente na equipa principal do emblema de São Petersburgo. Após um período a jogar no segundo escalão acabou por assinar pelo Terek Grozny, onde esteve três anos e meio. Em 2017 foi comprado novamente pelo Zenit, e aí tornou-se um elemento fundamental, não só no clube como na seleção.
É um médio muito versátil, com uma dinâmica forte, que pode jogar em qualquer lado da zona intermédia.
Embora seja pacato e modesto, Daler tem também um percurso brilhante a nível académico, já que estudou na Faculdade de Economia da Universidade de São Petersburgo, numa pós-graduação em Gestão de Empresas. Ainda assim deixa claro que o futebol é a sua prioridade e que gostaria de dar continuidade à carreira no estrangeiro. Há um ano o pai de Daler e os empresários mantiveram negociações com o Alavés e com outros clubes europeus, mas o médio acabou por renovar contrato com o Zenit.
Clube: Dinamo Moscovo
Data de Nascimento: 23.02.1999
Integrado na lista do dia de arranque do Euro, por força da lesão de Andrei Mostovoy.
Há algum tempo que Roman Evgenyev causa rebuliço entre os olheiros europeus, e em 2021 foi mesmo incluído pela UEFA numa lista das 50 maiores promessas. Defesa alto, a cumprir a terceira época como profissional, no Dinamo, é um líder tanto no clube como na seleção de sub-21. Já foi mesmo capitão do emblema da capital, na ausência de Anton Shunin, e é apreciado pela sua atitude e lealdade. Já rejeitou uma oferta lucrativa do Zenit para renovar com o Dinamo.
As prestações confiantes e consistentes levaram Cherchesov a incluí-lo na lista para o Euro. «Fiquei a par da minha chamada ao almoço. O “team manager” do Dinamo veio ter comigo e avisou-me. Se acabei o almoço? Claro! Com apetite!», afirmou.
Clube: Rubin Kazan
Data de Nascimento: 18.02.1998
É a versão russa de Arjen Robben, cujo estilo tem seguido. O extremo do Rubin Kazan tem uma capacidade de drible incrível e um remate em arco apurado. Marcou o golo da época na Rússia, a 26 de maio, ao iludir dois defesas do Zenit antes de finalizar com estilo.
Embora já tenha brilhado na seleção de sub-21, é uma cara nova na equipa de Cherchesov.
Makarov também passou pela Academia Konoplyov, embora tenha saído aos 15 anos, após ter sofrido uma lesão.
Foi dos escalões inferiores do futebol russo até ao Rubin Kazan, e pelo meio até chegou a jogar de graça no Yakutia Yakutsk, defunto clube da Sibéria. «Foi o período mais difícil da minha vida. Quando cheguei estavam 55 graus negativos. Nem havia conversa sobre salário. Os meus pais é que enviavam dinheiro das poupanças deles», contou.
Clube: Lokomotiv Moscovo
Data de Nascimento: 04.11.2001
Assumiu protagonismo na última época. O médio de 19 anos aproveitou algumas lesões no plantel do Lokomotiv para conquistar a titularidade.
Foi chamado à seleção principal no passado mês de março, mesmo sem qualquer internacionalização nos sub-21. Uma decisão surpreendente, tendo em conta que Cherchesov não tem propriamente fama de apostar em jovens, e Mukhin tinha apenas sete jogos pelo Lokomotiv quando fez a estreia pela seleção, frente à Eslovénia.
O rendimento regular valeu-lhe um lugar no Euro, e após o torneio vai mudar-se para o CSKA.
Mukhin é outros dos alunos da famosa Academia Konoplyov, de Togliatti, que também produziu talentos como Alan Dzagoev e Romam Zobnin.
Textos de Gosha Chernov, que escreve para o "Sport Express".