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Hungria: a análise

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Este será um Campeonato Europeu verdadeiramente único para os adeptos húngaros, pois é o primeiro grande torneio em que a equipa pode jogar em casa, numa Arena Puskás totalmente lotada.

O novo estádio em Budapeste acolheu vários grandes jogos no ano passado, como jogos da Liga dos Campeões e Supertaça Europeia. O jogo de estreia contra Portugal será apenas a segunda vez que a Hungria joga perante os seus adeptos.

A equipa de Marco Rossi classificou-se para o torneio depois de uma vitória dramática no play-off sobre a Islândia, o que significa que poderá disputar o segundo Europeu consecutivo. Esta, no entanto, é uma equipa muito diferente da que esteve em França há cinco anos, com veteranos como Gábor Király, Roland Juhász e Zoltán Gera a saíram da seleção.

O italiano Marco Rossi foi nomeado selecionador em 2018 e prefere um jogo baseado na posse de bola, com transições rápidas para o ataque, se possível. Se houver uma oportunidade, ele quer que a equipa faça jogo direto, usando passes longos atrás da defesa adversária.

Adam Szalai pode não ser o goleador mais prolífico, mas pode ser muito útil para segurar a bola ou distribuí-la para os jogadores mais rápidos da equipa, como Roland Sallai.

«Não sou um grande fã de estarmos na expectativa, quero que sejamos agressivos», disse Rossi sobre a tática, que foi apelidada de brincadeira de «pressão goulash» há alguns anos. «Queremos forçar o adversário a cometer erros no seu meio-campo enquanto construímos o nosso ataque organizado a sair pela defesa, assumindo riscos calculados. Queremos ser corajosos, correr muito e pressionar a oposição.»

Neste momento, Rossi privilegia uma formação 3-5-2, com construção em posse desde a defesa, uma abordagem que tem a ajuda do guarda-redes Peter Gulacsi. Se houver tempo e espaço, um dos centrais, Willi Orbán ou Attila Szalai, tentará levar a bola para a frente. Se Filip Holender estiver a jogar como lateral esquerdo, ele costuma instigar um ataque, possivelmente vindo para dentro para rematar ou para combinar com o quem jogar na esquerda do ataque. Quem joga pela direita (há várias opções) tende a cruzar mais, se tiver a bola.

Rossi ainda precisa descobrir quem serão os alas, mas o maior problema é a substituição de Dominik Szoboszlai, já que o jogador mais criativo da equipa lutou contra uma lesão o ano todo e, embora se tenha juntado à seleção no estágio austríaco, não ficou no grupo final

Kalmár Zsolt teria sido uma opção, mas o médio-ofensivo sofreu uma lesão grave antes, por isso ainda não se sabe quem jogará, para além de Ádám Nagy e László Kleinheisler (que pode ter uma função mais avançada) no meio-campo. Pode ser Dávid Sigér ou András Schäfer ou mesmo outra pessoa.

Ainda assim, a qualificação para o Euro e a promoção à Liga A na Liga das Nações geraram otimismo na Hungria e os húngaros tiveram bons resultados no outono, apesar de Rossi ter uma equipa devastada por coronavírus e lesões. No entanto, a retirada de Szoboszlai e um 'grupo da morte' composto por França, Alemanha e Portugal significam que há grandes desafios pela frente.

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Marco Rossi (AP Photo/Marco Vasini)

O treinador: Marco Rossi

Antes do primeiro jogo como selecionador da Hungria, o treinador italiano enviou uma mensagem sincera ao avô, que faleceu em 1994 e que lhe contou histórias sobre os poderosos magiares.

O ex-central cresceu no norte de Itália e passou pelas fileiras do Torino. Mais tarde, jogou pela Campânia, no sul, nos anos 1980, e foi aí que conheceu a futura esposa Mariella, que trabalhava como agente de viagens. Os dois conheceram-se quando Marco visitou o escritório de Mariella para comprar uma passagem de avião para Turim. Têm dois filhos; um dos quais é jogador profissional de pólo aquático

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Adam Szalai (AP)

Figura: Ádám Szalai

Atualmente, Dominik Szoboszlai é provavelmente o jogador mais popular da Hungria, mas está ausente do torneio. Ádám Szalai, representando a geração mais velha, é um dos nove jogadores que disputaram o último Europeu e marcou o primeiro golo da equipa nesse torneio.

Em 2015, quando a Hungria se classificou para o último Europeu, o avançado entrou num bar em Budapeste e pagou uma rodada de bebidas para cerca de 200 pessoas. É um tanto tímido quanto à imprensa, mas participa ativamente de instituições de caridade e também é um empresário de sucesso.

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Onze provável

3x5x2

Gulácsi – Lang, Orbán, A. Szalai – Fiola, Nagy, Kleinheisler, Sigér, Holender – Á. Szalai, Sallai.

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Willi Orbán (AP)

O jogador mais grato pelo adiamento: Willi Orbán

Willi Orbán, um elemento muito importante da defesa que teria perdido o torneio se tivesse sido realizado em 2020, quando sofreu uma grave lesão no joelho em novembro de 2019. Jogou pelo Leipzig após uma ausência de seis meses, era é possível que tivesse entrado na equipa, mas nunca estaria 100% apto.

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O que os adeptos cantam

É difícil identificar exatamente quando a música de 1998 «Az éjjel soha nem érhet véget» (A noite nunca pode terminar) se tornou o hino de festa dos adeptos húngaros. Alguns já a cantaram em 2015, contra a Grécia. Foi um dos temas do Campeonato da Europa de 2016 e, provavelmente, também será este ano, evocando boas memórias da festa espontânea que irrompeu por toda a cidade após os jogos da fase de grupos há cinco anos.

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O que os adeptos dizem

«Ria, Ria, Hungária»

«Vamos, Hungria».

«Hajrá Magyarok»

«Vamos húngaros

["Hajrá" foi uma palavra usada pelos soldados durante a Guerra da Independência Húngara de 1848-1849, e provavelmente encontrou o seu caminho para o desporto através da caça, onde os caçadores usavam a palavra para encorajar os cães.]

«Mindent bele»

«Dar tudo».

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Hungria-Islândia

Herói da pandemia: a seleção

Por mais enfadonho que pareça, os jogadores de futebol não tinham escândalos amplamente publicados, relacionados com violações do confinamento. Muitos membros da equipa ofereceram ajuda financeira individualmente a hospitais, profissionais de saúde e também fizeram uma doação substancial como seleção.

Textos de Matyas Szeli que escreve para o Nemzeti Sport

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