Data de nascimento: 1/3/1992
Clube: Chelsea
Posição: Guarda-redes
Como uma fénix, sabe como renascer das cinzas. Ainda que recentemente tivesse dificuldades no Chelsea, Mendy é um dos líderes do balneário do Senegal, com um percurso complexo. Em 2014 contemplou mudar de carreira após ter sido dispensado pelo Cherbourg. «Cheguei ao ponto de me candidatar a outros trabalhos», disse ao Daily Mail. «Estudei muito no passado e sempre fui bom em negócios e comércio». Mas a carreira de Mendy foi revivida, e chegou à seleção em 2018, disputando a CAN do ano seguinte, na qual partiu um dedo, colocando-o fora da restante competição. Dois anos depois, com uma excelente temporada pelo Chelsea, venceu a CAN e defendeu dois penáltis na final. Mendy perdeu a titularidade para Kepa Arrizabalaga no clube inglês, mas o Mundial deve ajudá-lo a recuperar a forma.
Data de nascimento: 17/8/1999
Clube: AS Mónaco
Posição: Lateral Esquerdo
Nativo de Colónia, Jakobs começou a carreira internacional nos escalões jovens da Alemanha, mas as viagens ao país dos seus pais deram-lhe um forte desejo de jogar pelo Senegal, seguindo a vontade do pai. «Escolher o Senegal foi uma questão de coração», disse à revista Kicker. «A seleção tem uma enorme importância. Recebes muito carinho das pessoas. Todo o país te apoia e podes ver isso nas bancadas». Apesar da forte concorrência na seleção dos leões, e ainda que não seja primeira opção no Mónaco, pode tirar proveito da complexa situação de Saliou Ciss, colega sem clube.
Data de nascimento: 20/6/1991
Clube: Chelsea
Posição: Defesa Central
Koulibaly podia ter jogado pela França, o seu país de origem, mas acabou por ganhar a CAN com o Senegal. E dois anos depois de ter escolhido o Senegal continuava a ser observado por Didier Deschamps, que desconhecia que já o tinha perdido. Numa gaffe televisiva, o selecionador francês falou das opções para a posição de central e mencionou o líder do Senegal, que tinha representado a França nos sub-17 e sub-20. Koulibaly impôs-se rapidamente na seleção senegalesa e tornou-se no chefe da defesa dos leões. Fora dos relvados, ainda está com a parceira de infância, Charline Oudenot, com a qual partilha algumas peculiaridades: nasceram exatamente no mesmo dia e na mesma cidade, em Saint-Dié-Les-Vosges, onde cresceram. Casaram-se em 2014, um ano antes de Koulibaly obedecer ao seu coração e optar pela seleção senegalesa.
Data de nascimento: 4/5/1996
Clube: Leipzig
Posição: Defesa Central
É um líder nato. Nascido e formado em França, mudou-se para a Bélgica e depois para a Alemanha, onde rapidamente ganhou reconhecimento. Capitão dos sub-21 franceses, voltou ao país para representar o PSG. Declarou-se depois ao Senegal, citando as primeiras férias que fez no país dos seus pais. «Peguei nas minhas coisas e fui descobrir a minha terra natal», disse. “E aí os preconceitos caíram. Adoro, tal como a minha mulher, e fiquei a pensar ‘se soubesse mais cedo…’».
A partir daí Diallo ficou disponível para o selecionador, Aliou Cissé, que não hesitou em colocá-lo para formar parceria com Koulibaly. Desde a primeira mão do play-off do Mundial, frente ao Egito, em que Diallo saiu aos 14 minutos, com lesão, o Senegal não perde um jogo que tenha disputado.
Data de nascimento: 26/9/1989
Clube: Everton
Posição: Médio Defensivo
De toda esta geração, Gueye é o jogador mais utilizado desde a sua primeira internacionalização, em novembro de 2011. É um líder consistente, apesar de não estar, ultimamente, ao nível que fez dele a torre de controlo do Senegal. O seu lugar como titular está ameaçado por jovens ambiciosos e, mesmo que continue a ser muito popular junto dos adeptos (a sua recusa em usar a camisola arco-íris em apoio aos direitos LGBT, no PSG, foi bem recebida no Senegal), o público não é contra a ideia de ser relegado para o banco. Está próximo do recorde de internacionalizações de Henry Camara (98), e o Mundial oferece a oportunidade de bater essa marcar e entrar no círculo dos centenários.
Data de nascimento: 23/6/1992
Clube: Leicester City
Posição: Médio Defensivo
Muitos acharam escandaloso quando, em março de 2021, Aliou Cissé o chamou para lhe confiar o meio-campo do Senegal. Primeiro, porque Mendy tinha chocado muitos no ano anterior, ao dizer que tinha descartado a ideia de jogar pelo Senegal, porque queria jogar pela França. «É difícil para mim pensar no Senegal. A equipa francesa é o meu sonho», disse. E depois, porque o jogador do Leicester não era utilizado no clube inglês. Mas Cissé é duro. Contra todas as probabilidades, colocou o baixinho médio à frente da defesa, para controlar o jogo, função na qual brilhou na CAN, a ponto de ter sido o melhor jogador do torneio. A sua situação no clube ainda não mudou, mas mudou a opinião do público sobre ele. Todos o perdoaram pelas anteriores declarações, confiando agora nele.
Data de nascimento: 5/3/1993
Clube: Betis
Posição: Lateral Direito
Sabaly é um dos elementos regulares da seleção senegalesa, quando não é bombardeado por lesões. Indiscutível titular desde a sua estreia, em 2017, falta-lhe a consistência condicionada pelas lesões sofridas, e que também lhe retiraram a honra de ser campeão africano. Agora de regresso à equipa, vai segurar o lugar para disputar o seu segundo Mundial. Como Kalidou Koulibaly ou Abdou Diallo, podia ter escolhido jogar pela França. De facto o jogador de Yvelines também vestiu a camisola azul e foi campeão mundial de sub-20 em 2013, junto de Paul Pogba, Alphonse Areola, Samuel Umtiti, Florien Thauvin, Lucas Digne, Kurt Zouma ou Jordan Veretout, entre outros.
Data de nascimento: 21/12/1989
Clube: Nottingham Forest
Posição: Médio Defensivo
Jogador da Premier League há quase uma década, Kouyaté é um médio trabalhador e o jogador do plantel mais próximo da forma como o selecionador, Aliou Cissé, jogava. Cissé também o colocou como capitão no seu primeiro jogo como técnico, em 2015, antes de dar a braçadeira a Sadio Mané em 2018, na véspera do Mundial. Apesar disso, Kouyaté nunca levantou ondas. Para ele o coletivo é mais importante do que considerações individuais, o que provavelmente faz com que a sua presença no grupo seja assegurada mesmo quando a sua forma entra em declínio. Além da sua versatilidade, que o permite jogar como central, Kouyaté é o jogador experiente para o qual os jovens naturalmente se viram para pedir conselhos. Parece estar sempre a sorrir. O médio do Forest é casado com duas mulheres e é o terceiro jogador mais internacional desta geração, atrás de Sadio Mané e do seu melhor amigo, Idrissa Gueye.
Data de nascimento: 6/3/2000
Clube: Sheffield United
Posição: Médio ofensivo/Extremo/Avançado
Embora nascido em França, Ndiaye foi cativado pela cultura senegalesa de futebol de rua desde tenra idade. Fez a sua estreia em França, passando pela prestigiada academia do Marselha, antes de continuar a treinar no Senegal, onde a sua família se estabeleceu por um período. Durante a adolescência, alguns dos seus vídeos despertaram interesse, e era mesmo considerado uma pequena estrela local. Aos 16 anos voltou à Europa, mas vários testes em Inglaterra acabaram em fracasso. Determinado, tentou a sua sorte no Boreham Wood, do quinto escalão. Rapidamente o jovem avançado queimou etapas e construiu uma reputação sólida no Championship, proclamando o sonho de vestir a camisola do Senegal. O seu desejo foi concedido em junho de 2022, depois de uma temporada muito bem-sucedida no Sheffield United. «Ele vai ser um jogador de elite», diz o seu colega Chris Basham. «Os rapazes só falam do quão bom ele é. É um privilégio tê-lo connosco.»
Data de nascimento: 18/6/2002
Clube: Anderlecht
Posição: Lateral Esquerdo
Foi chamado para o lugar da estrela da equipa, Sadio Mané, que perde o torneio por lesão. O selecionador optou por não escolher outra opção para o ataque, mas antes para a defesa, tendo em conta o erro administrativo que envolve Ismail Jakobs (não estará já elegível para representar o Senegal). N'Diaye foi o melhor jogador da CAN sub-20 de 2019 e trocou a Aspire Academy do Qatar pelo Barcelona B, um ano depois, com uma cláusula de rescisão de 100 milhões de euros. Assinou pelo Anderlecht no verão e começou bem na Bélgica. Pode fazer ambas as laterais, assim como o eixo defensivo, o que faz dele uma opção válida para Aliou Cissé.
Data de nascimento: 2/1/2001
Clube: Amiens
Posição: Defesa Central
O nome de Mendy tem sido associado à seleção há muito tempo. Com apenas 21 anos tem realizado boas épocas, mas sofre pela falta de visibilidade da segunda liga francesa. Formado como lateral direito, e posteriormente convertido brilhantemente em central, Mendy jogou pelos sub-20 do Senegal antes de ser chamado pela primeira vez à seleção principal no passado mês de setembro, com o selecionador Aliou Cissé a dar-lhe a primeira oportunidade. Um dos únicos centrais que também pode atuar a lateral.
Data de nascimento: 14/9/1995
Clube: Olympiakos
Posição: Defesa Central
Um animador. O carácter, cheio de vida, e os talentos como o de dançarino, fazem dele um dos jogadores senegaleses com mais seguidores nas redes sociais, aliado ao facto da sua mulher, Marie Louise Diaw, também ser uma estrela dos grandes ecrãs. O seu casamento foi o maior evento de celebridades no Senegal em 2022. Até a lenda Henri Camara, que se manteve discreto depois de terminar a sua carreira, disse: «Quando o Pape Cissé anunciou o seu casamento, eu não podia deixar de ir. É um menino cheio de vida, mas muito respeitoso, que ouve os conselhos». Camara estabeleceu uma relação fraterna com Cissé na Grécia, já no fim da sua carreira. Aos 27 anos, Cissé carrega consigo os símbolos do seu bairro, Pikine, nos subúrbios de Dakar. Treinou no futebol de rua senegalês, e leva para o campo esse estilo. Foi à CAN 2019 sem disputar um único minuto, dada a forte concorrência na sua posição, mas em 2021 foi titular nos primeiros dois jogos, devido às ausências provocadas pela covid-19.
Data de nascimento: 24/1/1999
Clube: Marselha
Posição: Médio Defensivo
Um dos poucos canhotos do Senegal, algo que lhe dá um papel-chave no equilíbrio da equipa. Treinou no Le Havre, em França, na mesma academia que Paul Pogba, o que alimenta as comparações com a estrela francesa, dispondo de grande precisão no passe longo. Embora não fosse titular indiscutível na última CAN, nos Camarões, estava entre os jogadores utilizados regularmente, e até foi titular na final, diante do Egito. Contudo, a sua participação no torneio quase terminou de forma bizarra: uns minutos depois do início do segundo jogo, frente à Guine, o seu advogado ligou ao staff da seleção para o retirar de campo. Um caso legal tinha sido levantado pela sua transferência para o Marselha, que foi multado. Foi inicialmente suspenso por quatro meses, pela FIFA, mas um apelo ao Tribunal Arbitral do Desporto permitiu-lhe continuar a jogar no torneio. Para o Mundial, não há dúvidas: o tribunal decidiu adiar a audiência para fevereiro e Gueye pode ir a jogo no Qatar.
Data de nascimento: 5/5/1995
Clube: Paphos
Posição: Médio
As suas lágrimas são mais famosas do que ele. No banco durante a CAN 2022, mesmo com muitos titulares de fora, devido a covid-19, Name esvaziou-se em lágrimas de alegria perante a conquista do torneio. Até jornalistas, repletos de emoção, começaram a chorar. Name é descrito pelo treinador como um verdadeiro jogador de grupo, sempre ao serviço da equipa, e que não reclama mesmo que a sua situação seja um problema. Como tal, quando Name trocou o Paris FC pelo desafio em Chipre, no Paphos, Aliou Cissé decidiu manter a fé nele e convocá-lo. Médio ofensivo de raiz, é frequentemente chamado para ajudar no meio-campo, e pode jogar também a lateral direito. Um verdadeiro soldado.
Data de nascimento: 25/2/1999
Clube: AS Mónaco
Posição: Extremo/Médio Ofensivo
Diatta tem uma vingança para saldar com o destino. Imparável no onze do Senegal desde que se juntou à seleção, o médio ofensivo de 20 anos foi uma das revelações da CAN de 2019, no Egito, quando o Senegal foi finalista vencido. Contudo, um mês antes da edição seguinte, lesionou-se com gravidade e ficou oito meses de fora. No dia da final, todos os colegas lhe dirigiram algumas palavras, acreditando nele como parte da equipa. Algumas semanas depois foi convidado para voltar à seleção, para jogos de qualificação para o Mundial, enquanto continuava a recuperação. Já recuperado, voltou ao grupo como se nunca tivesse saído. Médio explosivo, pode ser utilizado na direita ou no centro, e fortalecerá certamente a qualidade da equipa de Aliou Cissé, mesmo que ainda esteja a recuperar a sua forma pré-lesão.
Data de nascimento: 16/3/1994
Clube: Rayo Vallecano
Posição: Médio Defensivo
Ciss pode ter a oportunidade - ao contrário de Noah Fadiga ou Pape Matar Sarr - de jogar na seleção com o seu irmão, neste caso Saliou Ciss. Também formado no Diambars, pelo seu pai, deslumbrou observadores locais com o seu talento, mas demorou a afirmar-se a nível internacional. Foi apenas em setembro último, aos 28 anos, que recebeu a primeira convocatória do Senegal, depois de uma prestação frente ao Barcelona que lhe trouxe outra visibilidade. Desde o seu primeiro jogo pela seleção que o seu talento tem sido bastante elogiado, e muitos acreditam que pode competir por um lugar no onze no Mundial com Nampalys Mendy.
Data de nascimento: 14/9/2002
Clube: Tottenham Hotspur
Posição: Médio
Depois de deslumbrar no Mundial sub-17 do Brasil, em 2019, o jovem Sarr queimou rapidamente etapas. Coroado o melhor jovem africano de 2022, vai-se gradualmente fixando nos titulares do Senegal, e é, certamente, uma das grandes esperanças africanas. O jogador do Tottenham tem uma grande qualidade técnica e um poderio ofensivo marcante, vindo de uma família de futebolistas. O seu pai, Sidath Sarr, foi treinador de guarda-redes da seleção senegalesa, enquanto que o seu primo, Sidy, adiantou-se alguns meses na chegada à seleção, e o seu tio, Badara, é presidente da associação senegalesa de treinadores. Outros membros da sua família também se deram bem no futebol amador. Ainda que Sarr esteja ainda a tentar ganhar o seu lugar na equipa principal do Tottenham, Antonio Conte elogia-o: “É jovem, mas se continuar a trabalhar da mesma forma, vai ser uma promessa muito boa», disse o técnico italiano em agosto.
Data de nascimento: 25/2/1998
Clube: Watford
Posição: Extremo
Como Sadio Mané ou Pape Matar Sarr, é um dos pupilos da Generation Foot Academy, e fez parte da equipa que rapidamente subiu da terceira divisão para a elite do futebol senegalês. Sarr também figurou nas camadas jovens da seleção. É fácil esquecer a sua idade (24), uma vez que já é presença regular na seleção há seis anos, à exceção de quando está lesionado. Depois do conflito entre o clube e a seleção, a propósito da disponibilidade para a CAN, Ismaila treinou bem e teve uma contribuição decisiva, mesmo que ninguém achasse que recuperasse. No seu regresso, marcou e assistiu nos quartos de final, mostrando-se inestimável nas meias-finais, pelo que foi recompensado com a titularidade na final. Aliou Cissé vê nele um elo essencial no ataque.
Data de nascimento: 15/12/1992
Clube: Alanyaspor
Posição: Avançado
Diédhiou é o pivot. Uma verdadeira força da natureza, com 1.90 metros, um poderio físico assinalável. Diédhiou é a escolha de Aliou Cissé quando procura uma âncora, alguém capaz de disputar todos os duelos aéreos, subir linhas e abanar a defesa contrária. Jogou em vários encontros na CAN, mas perdeu espaço com o regresso de Boulaye Dia, para além de uma lesão que o fez perder algumas semanas de competição. Voltou na altura certa, um mês antes do Mundial.
Data de nascimento: 23/3/2000
Clube: Marselha
Posição: Avançado
Dieng é ‘badass’. Aos 20 anos já mostra nervos de aço. Tanto que, na sua primeira participação num grande torneio, estava pronto para olhar Sadio Mané nos olhos e desafiá-lo sobre quem ia bater o penálti. Tanto que, na final da CAN, fez o remate mais perigoso do jogo. Imperturbável sob pressão. Os responsáveis do Marselha fizeram de tudo para se livrar dele no mercado, mas encontraram resistência do jovem senegalês, que queria ficar no clube, convencido de que finalmente teria a sua oportunidade, apesar da forte concorrência, reforçada pela chegada do seu ídolo, Alexis Sánchez. A sua posição de força acabou por compensar: após estar encostado por algumas semanas, Dieng revigorou-se sob o comando de Igor Tudor. Mesmo a tempo de viajar para Doha.
Data de nascimento: 16/11/1996
Clube: Salernitana
Posição: Avançado
Tem dupla nacionalidade, como quase metade do plantel. Nascido em França, juntou-se à seleção em 2020. Demorou a integrar-se, fruto da forte competitividade no ataque. É agora um dos pilares em que Aliou Cissé confia. Por vezes é utilizado na direita, ou então no centro, para explorar o seu forte entendimento com Mané. A opção compensou quando marcou o primeiro golo no novo estádio de Dakar, que permitiu ao Senegal qualificar-se para o Mundial. Está em boa forma no seu novo clube, a Salernitana, onde se tem reiventado depois de uma campanha de rendimento oscilante no Villarreal. «Já estava no meu melhor quando fui para a CAN 2022. Marquei três golos e fiz algumas assistências», disse, confiante, depois do sucesso senegalês nos Camarões.
Data de nascimento: 3/1/1997
Clube: AC Milan
Posição: Lateral Esquerdo
Teve um início difícil com a seleção, à qual se juntou há ano e meio. Nascido em França, filho de pais malianos, nada indicava uma relação especial com o Senegal. Talvez tenha sido isso a dificultar a sua integração, mas chegou na altura certa, tornando-se campeão africano, ainda que o público de Dakar não tenha gostado particularmente da sua prestação. Continua a merecer a confiança do treinador, Aliou Cissé, que o convocou para a vitória do Senegal frente à Bolívia, em França, em setembro último, jogo no qual se sentiu mais confortável. O Senegal tem de contar com ele, de qualquer forma, uma vez que não há grandes alternativas para a posição. O seu compromisso como jogador não pode ser posto em dúvida. «Vou dar 200 por cento pela camisola», disse ao juntar-se ao AC Milan. «Não será sempre fácil, mas espero que os adeptos me apoiem.»
Data de nascimento: 23/11/1994
Clube: Queens Park Rangers
Posição: Guarda-redes
Sete anos separam a primeira chamada de Dieng à seleção e a estreia pela mesma, o que ilustra uma carreira pouco comum. Nasceu na Suíça, filho de pai senegalês. Aos 20 anos foi observado pela lenda francesa Alan Giresse, durante um estágio da equipa senegalesa em Genebra, e foi escolhido para um amigável frente ao Kosovo. Desapareceu da equipa até 2021, voltando sob a liderança de Aliou Cissé. Embora seja expectável que fique como terceira opção para a baliza, na CAN 2021 foi impulsionado por circunstâncias improváveis: Édouard Mendy foi retido pelo Chelsea até ao limite, e depois testou positivo à Covid-19 na chegada à seleção, enquanto Alfred Gomis ainda recuperava em França do coronavírus. Um jogo sem sofrer golos frente ao Zimbábue, seguido de outro frente à Guiné, garantiram-lhe a confiança dos adeptos, reforçado pela sua presença no ar, jogo de pés e reflexos.
Data de nascimento: 30/12/1996
Clube: Reading
Posição: Médio
Na seleção desde 2019, Loum é um dos jogadores em que Aliou Cissé por vezes confia quando roda parte dos titulares. Poderoso médio defensivo, o jogador do FC Porto, ex-Alavés, juntou-se ao Reading do Championship esta época, por empréstimo, mas isso não lhe retirou o lugar no Qatar. «O Mamadou é uma peça importante no puzzle», disse Paul Ince, treinador do Reading, aquando da sua chegada. Fora dos relvados é uma peça importante no espírito de equipa, com um sorriso que nunca lhe sai do rosto e a propensão a grandes piadas, mas também a tradição de escolher calçado low-cost, para se lembrar do tempo em que jogava futebol nas ruas arenosas do Senegal.
Data de Nascimento:: 06/20/2001
Clube: Villarreal
Posição: Avançado
Nascido na Gâmbia, o extremo integra a convocatória para o Mundial sem qualquer internacionalização pelo Senegal, clube no qual começou a sua caminhada, no Casa Sport. Mudou-se para a Europa e para o Villarreal quando era adolescente, e fez a estreia frente ao Betis, em outubro de 2021. Nesse dia ocupou o lugar de Arnaut Danjuma e o Villarreal ganhou 2-0. Nunca mais olhou para trás, e convenceu o treinador, Unay Emery, de que merecia a titularidade. Muitas vezes em detrimento de Boukaye Dia, agora colega de seleção, que foi emprestado à Salernitana esta época. Jackson está em forma e agora ameaça o lugar de Dia na seleção.
Data de nascimento: 5/9/1993
Clube: Rennes
Posição: Guarda-Redes
Natural de Ziguinchor, no sul do Senegal, Gomis seguiu as pisadas do pai e irmão mais velho, ambos com carreiras como guarda-redes, antes de inspirar o seu irmão mais novo, Maurice, a seguir o mesmo caminho. Em Itália, onde Gomis cresceu desde os três anos de idade, estreou-se no Torino. O guarda-redes esguio andou por toda a Itália a aprender a sua arte. Sendo um raro caso de um guarda-redes negro em Itália, Gomis diz: «Ouvi as piadas mil vezes: ‘nunca viram um guarda-redes negro.’ Mas se olharem bem, os primeiros guardiões negros chegaram depois de eu sair… as mentalidades estão a mudar, felizmente.»
Com ele na baliza o Senegal quase nunca perdeu: 14 partidas, 12 vitórias, um empate e uma derrota na final da CAN 2019, frente à Argélia, num golo que ainda desafia a explicação: sofreu um chapéu por um remate inofensivo que parece ter tocado na spidercam rumo à baliza. Agora terceira opção no clube, arrisca-se a ser ofuscado por Mendy e Dieng.
Textos de Babacar Ndaw Faye, que escreve para Emedia Senegal.