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Itália: a análise

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Roberto Mancini tem estado ocupado a somar os maiores números de Itália desde Pitágoras, que viajou para o país em 530 A.C. para ensinar o seu teorema. Mancini assumiu o cargo logo depois de Gian Piero Ventura não ter conseguido qualificar a equipa para o Mundial de 2018 e, agora, tem a maior percentagem de vitórias de qualquer selecionador da Itália (70%). «Em maio de 2018, estava confiante de que poderíamos estar de volta, porque ninguém acreditava em nós», disse Mancini. Estava certo. Com ele, a Squadra Azzurra já venceu 21 jogos em 30, incluindo todas as 10 partidas de qualificação para o Euro2020. Além disso, a Itália aumentou a invencibilidade para 27 encontros, apenas três jogos aquém do famoso recorde estabelecido por Vittorio Pozzo, na década de 1930.

O Euro2020 dirá se a Itália está de volta para valer. Durante a sequência de vitórias, defrontou apenas três equipas que agora estão no top 20 do ranking FIFA. Passeando num grupo fácil com Finlândia, Grécia, Bósnia, Arménia e Liechtenstein, Mancini conseguiu cimentar o seu 4-3-3. A Itália quer sair a jogar na defesa e ditar o ritmo de jogo. Jorginho e Marco Verratti controlam a posse de bola no meio-campo, enquanto Nicolò Barella ataca frequentemente a grande área. Consequentemente, em posse da bola, a Itália joga em 3-2-5. Um extremo-direito e um lateral-esquerdo, normalmente Federico Chiesa e Emerson Palmieri, jogam o mais aberto possível, com Barella a juntar-se a Lorenzo Insigne e um nº 9 na frente.

O resultado é uma equipa com uma boa combinação de juventude e experiência. «Tenho orgulho em fazer parte deste grupo, podemos sonhar grande e ganhar o Euro», diz Barella enquanto o capitão Giorgio Chiellini acrescenta: «A nossa química é uma espécie de magia.» A Itália encontrou um bom equilíbrio entre futebol de ataque e solidez defensiva, sem sofrer nenhum golo em seis jogos entre novembro de 2020 e março de 2021. A Federação Italiana de Futebol gostou do que viu e estendeu o contrato de Mancini até 2026.

A Itália é claramente a favorita a vencer um grupo que inclui País de Gales, Turquia e Suíça. Os azzurri vão disputar os jogos da fase de grupos em Roma e Mancini deverá rodar frequentemente a equipa, visto que a profundidade do plantel de 26 é uma das qualidades do grupo italiano. No entanto, a falta de experiência pode ser um problema, pois a maioria dos jogadores nunca foi testada num nível superior. Mancini precisa de criar entusiasmo e esperar que Ciro Immobile, Andrea Belotti ou Moise Kean tenham o mês das suas vidas. Com um número 9 em boa forma, poderá até plaear um regresso a Wembley, onde, com a Sampdoria, perdeu a final da Taça dos Campeões Europeus em 1992 contra o Barcelona. O seu conto de fadas teria um final feliz.

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Conferência de imprensa Itália - Mancini (Lusa)

O treinador: Roberto Mancini

Mancini é dois homens num só. Como jogador, era incrivelmente talentoso, mas conhecido por uma personalidade complexa, muitas vezes sem vontade de fazer concessões. Nos últimos anos, porém, mostrou uma abordagem quase zen. «Acabei por envelhecer», diz. A sua fé católica pode ser parte da explicação. Mancini costuma visitar a popular cidade de peregrinação de Medjugorje, na Bósnia, e é um devoto da Virgem Maria. Um homem de estilo, uma vez desenhou um equipamento da Sampdoria, ao mesmo tempo que criava uma tendência com os seus elegantes e listrados lenços, como treinador. A sua paixão agora é o padel, um desporto de raquete popular em Itália.

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Portugal-Itália

A figura: Donnarumma

Numa equipa sem uma ‘superstar’ real, Gianluigi - ou Gigio - Donnarumma está sempre pronto para ser notícia. Ninguém duvida das suas qualidades, com a sua mescla de altura e reflexos e uma maturidade rara num guarda-redes de 22 anos. No entanto, desenvolveu uma relação de amor e ódio com os adeptos italianos por causa das suas batalhas contratuais com o Milan. Um ídolo para muitos jovens fãs, Donnarumma apareceu num comercial da Nintendo Switch.

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Onze provável

4x3x3

Donnarumma - Florenzi, Bonucci, Chiellini e Palmieri - Barella, Jorginho e Verratti - Chiesa, Immobile e Insigne

(Verratti, lesionado, provavelmente ficará afastado dois jogos; Locatelli pode começar na posição)

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O jogador mais grato pelo adiamento: Manuel Locatelli

Manuel Locatelli nem estava no radar há um ano. Em agosto, recebeu a primeira convocatória para a seleção de Itália e em setembro fez uma estreia surpreendente contra a Holanda, em Amsterdão. Quase 3.000 minutos de futebol depois, com o ambicioso Sassuolo, está pronto para agitar as águas pela La Nazionale.

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O que os adeptos cantam

Se a Itália tiver um bom desempenho, esteja preparado para ouvir novamente: «Po, po, po, po, po, po, po», como se 15 anos tivessem passado num segundo. Durante o Mundial de 2006 na Alemanha, «Seven Nation Army» dos White Stripes tornou-se num hino não oficial, apesar de ninguém saber a letra. De Totti a Cannavaro, uma geração aposentou-se, mas a música permaneceu como um símbolo de vitória e deve ser popular novamente.

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O que os adeptos dizem

«Basta costruzione dal basso: spazziamo!»

«Parem de sair a jogar pela defesa: bate longe (os hábitos do 'catenaccio' são difíceis de morrer).»

«Metti a Berardi!»

«Põe o Berardi!» (expressão da gíria do sul de Itália, nascida em 2004 com 'Metti a Cassano' e que continuou em 2017 com 'Metti a Insigne'. Os italianos têm sempre um suplente não utilizado para apoiar).

«Arbitro venduto!»

«O árbitro é um vigarista!» (duvidar da boa fé de um árbitro é uma tradição no nosso país).

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Real Madrid-Juventus (Reuters)

Herói da pandemia

Em junho, Leonardo Bonucci e a esposa Martina doaram e entregaram pessoalmente 19.000 máscaras a 19 instituições de caridade em Turim. Bonucci também comprou duas máquinas de ultrassom portáteis e 50 máscaras especiais para hospitais em Turim.

Textos de Lucas Bianchin, que escreve para a Gazzetta dello Sport.

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