A jogar em casa, a Rússia conseguiu chegar aos quartos de final do Mundial2018, mas depois disso ficou claro que era preciso reconstruir a equipa. Igor Akinfeev, guarda-redes e capitão, Sergei Ignashevic, veterano central, e Aleksandr Samedov, extremo, foram três dos jogadores que encerraram as carreiras internacionais.
Três anos depois um dos maiores debates em torno da seleção é se Akinfeev devia voltar, e isso diz muito. Muitos adeptos entendem que esse ainda é o melhor guarda-redes do país, mas o selecionador, Stanislav Cherchesov, deu-lhes uma má notícia recentemente: «Tivemos uma conversa final no dia 9 de maio e o Igor não está disponível para ajudar-nos, por isso está encerrada a discussão.»
Chechesov tinha pensado em Guilherme Marinato, do Lokomotiv de Moscovo, para suceder a Akinfeev, mas o guarda-redes nascido no Brasil foi substituído ao intervalo do jogo da Liga das Nações com a Sérvia, após quatro golos sofridos, e agora nem integrou a convocatória para o Euro. Anton Shunin, do Dinamo de Moscovo, deve ser o dono da baliza.
A defesa, infelizmente, é também um problema. Cherchesov conta com alguns centrais talentosos mas inexperientes, como Igor Diveyev ou Roman Yevgenyev, mas de momento não há alternativas a Georgi Dzhikiya (Spartak) e Andrei Semyonov (Akhmat Grozny).
No meio-campo a Rússia está bem fornecida. Existem várias opções para a posição de médio defensivo, “box-to-box” ou n.º 10, mas poucas alternativas para as alas. Andrei Mostovoy não foi um titular habitual na equipa do Zenit, e o mesmo se aplica a Yuri Zhirkov. O antigo jogador do Chelsea faz 38 anos em abril, mas Cherchesov não vê onde está o problema.
«De que serve olhar para o bilhete de identidade? Eu não olhei para o meu e joguei pela seleção até aos 40 anos. Como tal, não vejo motivos para olhar para o bilhete de identidade de outra pessoa. Se um jogador é útil, não pode ser artificialmente excluído. Tudo deve acontecer com naturalidade», respondeu.
Os avançados são altos e fortes, mas não muito habilidosos. Em todo o caso é assim que Cherchesov parece gostar deles. Fyodor Smolov não foi convocado, por exemplo. O selecionador russo gosta de apostar em cruzamentos para a área e espera que os avançados estejam disponíveis para correr muito e pressionarem durante 90 minutos. Não é bonito mas pode ser eficaz.
É difícil antecipar qual será a aposta tática de Cherchesov para o Euro, tendo em conta que tem alternado entre 4x2x3x1, 4x4x1x1, 3x5x1x1, 4x3x1x2 ou 3x4x2x1, mas não restam dúvidas de que acredita no seu trabalho e na equipa que lidera.
Resta saber até onde chegará.